08 janeiro 2010

AN INCONVENIENT IMAGE¹

Na Guerra que se trava entre defensores e opositores das teses do aquecimento global provocado pela acção humana, ainda não consegui compreender o que motivará as duas facções em luta, embora já me tenha apercebido qual é uma das principais vítimas colaterais do conflito: a verdade científica.
O rigor do que está em discussão e as dúvidas que possam subsistir em relação à informação disponível são cilindradas pelas máquinas de propaganda que preferem as situações simples e nítidas, de preferência as que se possam sintetizar em imagens marcantes como as que intercalei ao longo deste poste
No que diz respeito a estes últimos dias, há que reconhecer que a meteorologia tem reconhecidamente corrido de feição a quem contesta o aquecimento global, basta observarmos as consequências da vaga de frio que tem atingido a Europa, e a imagem de satélite (tirada ontem) de uma Grã-Bretanha completamente coberta de neve…

¹ Uma imagem inconveniente, um trocadilho óbvio com uma verdade inconveniente (An Inconvenient Truth), um documentário defendendo a tese do aquecimento global provocado pela acção humana que é apresentado pelo antigo vice presidente norte-americano Al Gore.

6 comentários:

  1. Pois, uns dias de neve acolá e de frio aqui, e o pessoal esquece que rapidamente que passou Novembro a 26°. A chave para compreender o aquecimento global, é a palavra "global". Globalmente, 2009 foi mais um ano quente.

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  2. É dificil para um leigo formar opinião e até suspeito que ambos os lados da barricada têm um pouco de razão.
    Provavelmente o CO2 é mau mas não tanto como o pintam os fanáticos do IPPC nem tão irrelevante como dizem os "negacionistas" (palavra tão feia).
    De qualque modo blogues como o Mitos Climatico, o Ambio e o Climat Audit, retirando alguns post inflamados e idiotas conseguem esclarecer algumas coisas.

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  3. Já agora poderá o L. Rodrigues esclarecer duas coisas:
    O que passou em Novembro 26?
    Como e quem mediu "globalmente" o ano de 2009.
    a 11 de janeiro já há estatisticas? Espantoso

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  4. É exactamente como afirma, Luís(?) Rodrigues: «A chave para compreender o aquecimento global, é a palavra "global"». E usá-la com propriedade, acrescentaria eu, que ela não se deve ajeitar apenas à dimensão das nossas conveniências… Em ciclos climáticos que sabemos durarem, globalmente, milénios, 2009 ter sido «mais um ano quente» é tão pouco significativo quanto os 26ºC de Novembro de que fala e estes –20ºC de Janeiro…

    É essa precisamente essa a intenção deste "poste" Manuel, a de que é preciso algum equilíbrio e distanciamento no que se Lê sobre o tema. Creio que o posso esclarecer quanto às suas duas perguntas:

    Nada se passou em 26 de Novembro. 26º lê-se “26 graus” e é uma medida da temperatura que terá sido atingida naquele mês de Novembro.

    Há imensos tópicos para os quais já há estatísticas de 2009 e os dados meteorológicos podem ser um deles. Nem tudo depende de documentos “em trânsito” como as contabilidades do Estado e das empresas.

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  5. Caro A(António) Teixeira
    Aparentemente estamos de acordo.
    É exactamente na tentativa de chegar a esse ponto de equilibrio e de distanciamento a que tento chegar lendo o mais possivel sobre o assunto que tento retirar as cargas emocionais e o "ruído" informativo que muitos dos escritos carregam.
    Quanto aos 26º e os -20º foram medidos onde? A simples medida pontual de uma temperatura é contraditória com a prespectiva do "global".
    Continuo a ter (muitas)dúvidas que do ponto de vista "global" se possa afirmar por agora que 2009 "foi mais um ano quente".
    A afirmação só faz sentido se for feita em termos comparativos

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  6. Apenas com humor e muito respeito uma referência ao Ferreira Fernandes hoje no DN

    Uma espécie de humor frio
    Ele bem podia voltar cá por um bocadinho para se tranquilizar por não ter partido demasiado cedo. Art Buchwald (1925-2007), humorista americano, morreu vai fazer para a semana três anos. No dia seguinte a ter morrido, apareceu um vídeo dele no jornal The New York Times, onde dizia, olhando-nos nos olhos: "Olá, sou Art Buchwald. Acabo de morrer." Ele andava há meses com uma doença terminal e quis partir assim, soberbo e com uma gargalhada. Acabara de publicar um livro intitulado, apesar dos seus 81 anos, Too Soon to Say Goodbye (Demasiado Cedo para Dizer Adeus). Morreu - escreveu - com um ressentimento: "Lamento não vir a conhecer esse tal aquecimento global." Em Lisboa, na semana em que ele morreu, a máxima foi de 16º. No domingo passado, na mesma Lisboa, o termómetro não passou dos 5º. Teria sido simpático a nossa Câmara convidar Buchwald e teria sido bom ele poder ter-nos visitado. De sobretudo e cachecol. Voltaria lá para o assento etéreo, para reatar a conversa com Mark Twain, outro humorista americano (é, os humoristas, no Céu, não encontram virgens, só colegas): "Sabes, afinal não perdi nada. Aquilo aquece coisa nenhuma", diria Buchwald. Talvez Twain lhe respondesse: "As notícias da morte do frio são manifestamente exageradas."

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