Ao contrário do que se possa pensar, o
Caso Ballet Rose português, que se tornou ainda mais conhecido depois de adaptado para uma série de televisão (acima), não é o Caso
Ballet Rose original... O caso português data de 1967, mas já em 1959 um
escândalo de contornos idênticos e o mesmo nome rebentara em França, envolvendo como figura mais destacada o presidente da Assembleia Nacional francesa de então,
André Le Troquer de 75 anos. Como é costume nestes casos, havia outros implicados entre a alta sociedade parisiense e a idade das
pupilas variava entre os 12 e os 18 anos (abaixo).

Em 1963, um outro escândalo sexual rebentou, mas no Reino Unido, envolvendo o ministro da Defesa,
John Profumo, e uma
call-girl então com 21 anos chamada Christine Keeler. O escândalo veio a receber o nome do ministro (
Caso Profumo), mas a fotografia que o passou a simbolizar é uma (hoje famosa) de Christine (abaixo). Nessa época, anterior à globalização, havia conceitos que eram inerentes a uma cultura e que as outras desconheciam. Neste
Caso Profumo a qualificação de Christine Keeler como
call-girl era de tradução difícil. Na
Wikipédia em português designam-na como
corista…

Em contrapartida, a expressão
ballets rose não possuía uma tradução directa para o inglês. No
artigo da Time da época sobre o escândalo em França (1960) a expressão nem sequer é usada, sendo substituída pelo título de
The Little Cats (
As Gatinhas)… Que se tivesse vindo a adoptar entre nós, sem quaisquer hesitações, a designação francesa no original para o caso que envolveu, entre outras figuras, a do ministro da Economia de então,
José Correia de Oliveira (abaixo), é significativo da dependência que as nossas elites nacionais tinham naquele tempo da cultura que chegava de França…
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