
Um dos pormenores cómicos, por absurdo, da história, eram as causas que levavam os países europeus a entrarem em guerra: dois reis (o de França e o da Prússia) jogavam civilizadamente às cartas num dos seus castelos quando subitamente um deles acusava o outro de batota, este retorquia, o outro ameaçava e acabavam arrastando os respectivos países (e suas possessões) para uma guerra.
Concebida no final dos anos cinquenta, a piada perdeu actualidade e hoje pode ser interpretada por mau gosto, ao vermos a animosidade pessoal que grassa entre alguns dos mais destacados protagonistas mundiais. Ao retirado Schroeder, além de elogiar Putin, pouco faltou para chamar imbecil a Bush. Agora foi Kofi Annan que guardou o seu discurso final como Secretário-Geral da ONU para arriar uma descasca monumental às políticas do mesmo Bush.
Ficamos na expectativa sobre o que nos poderão dizer Blair e Chirac, depois das suas retiradas políticas, previstas para breve. Este Século XXI tem-se revelado uma má época para quem procura analisar a evolução da política internacional partindo do pressuposto que os seus actores se comportam de forma racional. Felizmente, ainda ninguém declarou guerra a ninguém por causa de uma desavença num jogo de cartas ou por causa do mau hálito do interlocutor…
Mas também creio que nunca assistimos a tanta animosidade pessoal reprimida, que é espalhada na praça pública tão logo haja oportunidade!
Sinceramente acho que o melhor é continuar a ler as histórias de Humpá-pá, o Pele Vermelha, e do seu amigo o Escalpe Duplo!
ResponderEliminarSó é de lamentar que estas histórias não tenham tido sucesso!
ResponderEliminarHaveria pano para mangas, como se comprovou, mais tarde, com o Astérix.
A política é, cada vez mais, banda desenhada e são poucas as figuras que merecem destaque pela positiva.
Continuo a preferir os bonecos que não são para levar a sério mas, pelo menos, divertem!
A altura, o tempo, a oportunidade, enfim, aquilo que a nossa gente fina designa por "timing", eis o mistério da decisão corajosa (?) de abrir o livro.
ResponderEliminarFoi o que sucedeu com a nossa intrépida Carolina que só resolveu contar parte do que sabe porque o namoro com o Pintinho acabou.
Enquanto estão no centro do mundo, no coração do poder, na crista da onda, políticos e Carolinas tocam na orquestra.
Só quando a ruptura está iminente ou se consuma é que tocam a solo.
Enfim, mais vale tarde do que nunca...
As guerras contemporâneas são um meio de se fabricarem e venderem armas por um lado, e por outro de dispensarem o excesso de mão-de-obra. O que se produz mundialmente em armamento daria para acabar em 10 vezes a fome e a miséria mundial.
ResponderEliminarMais do uma questão de produção, hoje parece assente que são as deficiências na distribuição que provocam a fome.
ResponderEliminarAs armas, independentemente da sofisticação, sempre existiram desde tempos imemoriais. O problema do armamento pode ser visto da forma que diz e a sua produção pode desaparecer.
Conviria que essas propostas viessem acompanhadas de soluções concretas sobre os que as fabricam fariam em alternativa, para não aumentar o tal excesso de mão-de-obra que refere.
Sobretudo, no que convém reflectir, Ike, é como as armas são apenas os intrumentos da violência dos homens.
E essa não desaparece por desaparecerem as armas: já reparou que não foram precisas armas convencionais para fazer o 11 de Setembro de 2001?