(Republicação dos tempos em que Donald Trump tornava a Coreia do Norte um país importante)
31 de Agosto de 1998. A Coreia do Norte anuncia a colocação em órbita do seu primeiro satélite artificial. O lançamento foi tomado inicialmente pelas agências encarregues de monitorizar tais eventos como um ensaio de um míssil intercontinental. Depois aperceberam-se que o míssil possuía um terceiro estágio destinado à aquisição da velocidade adicional necessária para colocar um objecto em órbita. Quanto ao objecto, também pouco se sabia (e sabe): há fotografias dele, mas uma grande dúvida quanto à sua massa que oscilaria entre os 6 e - 30 vezes mais! - os 170 kg. Quando do acompanhamento da fase final, as mesmas agências ter-se-ão apercebido que algo errado acontecera e que o satélite acabara por não entrar em órbita como previsto. Isso não terá constituído um problema para a Coreia do Norte, que anunciou o sucesso da empresa e que continuou a reportá-lo do mesmo modo nos dias seguintes. Só quinze dias depois, após confirmações sucessivas, é que uma cautelosa imprensa norte-americana anunciava o insucesso, deixando apenas subentendido a nota irónica do fazer-de-conta dos norte coreanos. Se acontecesse entre 2017 e 2020, atendendo à personalidade do ocupante de então da Casa Branca e do que foram as suas relações com a inventiva Coreia do Norte, talvez a notícia tivesse que ser reescrita, expurgando-a da ironia, já que ele se havia mostrado tão inventivo quanto o regime norte-coreano. (a imagem é um selo comemorativo norte-coreano do que era para acontecer e não chegou a ter acontecido...)