19 abril 2021

PORTUGAL É UM PAÍS DE POETAS, DE COMENTADORES E DE GRANDES INTRIGALHADAS

Que Portugal é um país de poetas é uma daquelas coisas que se insiste em repetir por aí. Que Portugal é um país de comentadores é outra daquelas coisas que também se insiste em repetir por aí, mas com menos veemência e, paradoxalmente, com muito mais substância do que a coisa dos poetas. Aprecie-se na imagem acima como, ao contrário dos poemas, que nunca ouvimos declamados, os comentários, por mais despropositados que sejam, são encaminhados para caixas de ressonância e viram notícias no dia seguinte, nos exemplos de Paulo Portas (tvi) e Marques Mendes (sic). Mais do que isso: comentador (não confundir com comendador...) é um estatuto que tanto se pode adquirir por inerência, como será o caso de qualquer dos dois mencionados acima, antigos dirigentes de partidos da direita, como também se pode trabalhar para cair na mercê de o alcançar, como parece ter sido o caso de Pedro Marques Lopes, pelo menos a fazer fé na desenvolvida reportagem que a revista Sábado lhe dedicou esta semana (abaixo). Pedro Marques Lopes esse que, nesta última dúzia de anos em que ele se afirmou no estrelato dos comentadores nacionais, se notabilizou por nunca ter tido uma ideia. Não que isso seja importante. Há muitos outros comentadores que, como ele, não têm ideias. E há até outros que seria melhor não as terem... Confesso, porém, que me intriga a oportunidade da publicação desta notícia, que remete para uma história que começa há mais de doze anos (2008) e envolve as mesuras de Pedro Marques Lopes (e o patrocínio recíproco...) a tudo o que pode ser de mais tóxico nestes dias que correm: José Sócrates, Pedro Passos Coelho e Fernanda Câncio. Uma de duas: ou isto se sabia - e eu não sabia - ou, não se sabendo, gostaria de saber quais as razões para a sua promoção precisamente agora. De qualquer das maneiras, e para recuperar a expressão empregue abaixo, eu não faço parte da «meia Lisboa» de quem Pedro Marques Lopes é amigo, e também não faço parte da «outra meia» que «o despreza». Pelos vistos, não existo nesta Lisboa que o jornalista Marco Alves abaixo descreve...

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