19 abril 2021

MORTE DE ÓSCAR CARMONA

18 de Abril de 1951. Morte em funções do presidente da República, Óscar Carmona, que contava 81 anos. Na verdade, e considerada a idade do presidente, não se trataria de um cenário imprevisto. Uma possibilidade que fora decerto tida em conta quando, pouco mais de dois anos antes (Fevereiro de 1949), se haviam realizado as últimas eleições presidenciais e a permanência de Óscar Carmona no cargo fora renovada, apesar de já então contar 79 anos e contando que o mandato seria por mais 7(!) anos... (Note-se que os octogenários eram então muitíssimo mais raros do que actualmente) A opção de Salazar e do seu regime fora a de, em vez de proceder às necessárias mudanças na magistratura suprema do país, deixar morrer o chefe de Estado em exercício no cargo, como se se tratasse de um monarca e só tratar do problema da sua sucessão quando a ocasião o tornasse forçoso. Como se vê, de Salazar a António Costa, «empurrar os problemas com a barriga», sempre que tal for possível, é uma marca identifica da condução da actividade política em Portugal. Mas a ocasião apresentava-se agora (em Abril de 1951) e, embora ainda não o sabendo, o presidente do Conselho, tão gabado pela argúcia política, iria fazer afinal uma má escolha (na sua perspectiva...) na pessoa do general Craveiro Lopes.

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