08 março 2020

A ALEMANHA PROCURA TRANQUILIZAR A POLÓNIA

8 de Março de 1990. O parlamento alemão (Bundestag) aprovava uma resolução apresentada pelos partidos da coligação governamental (CDU/CSU e FDP) em que se reconhecia o direito dos polacos a «viverem em fronteiras seguras». Implicitamente, a resolução representava uma aceitação - que a Alemanha Ocidental nunca fizera até então - da fronteira oriental da Alemanha com a Polónia que, passando pelos cursos dos rios Óder e Neisse, havia sido imposta aos alemães unilateralmente pelos Aliados enquanto vencedores no final da Segunda Guerra Mundial. E o texto da resolução era ainda mais explícito: «O povo polaco deve ficar ciente que não questionaremos por meio de reivindicações territoriais o seu direito a viver em fronteiras seguras». Para Leste dessa fronteira ficava um território com mais de 100.000 km² (uma área superior a Portugal) que a Alemanha perdera consecutivamente nos finais da Primeira e Segunda Guerras Mundiais. Só que, em primeiro lugar, de 1920 para 1990 o valor económico relativo do factor terra depreciara-se imenso quando em comparação com os factores capital e trabalho; em segundo lugar, o valor do prestígio político de qualquer país por causa das expansões territoriais perdera-se depois de 1945; e em último lugar, last but not least, o sacrifício valia bem a pena, quando o fito era tranquilizar a vizinhança, preocupada com a reunificação das duas repúblicas alemãs que, aliás, viria a ter lugar no final daquele ano.

A fotografia acima foi feita no extremo mais setentrional da fronteira em causa, mesmo junto ao mar Báltico, que aliás se vê ao fundo. Do lado direito pode identificar-se um poste pintado com as cores nacionais polacas (vermelho e branco) e do lado esquerdo um poste pintado com as cores alemãs (preto, vermelho e amarelo).

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