Tem vezes em que vale a pena deixar repousar as nossas reacções mais imediatas, como se se tratasse de açúcar disperso em cima da salada de frutas, para que elas se transformem com o tempo numa calda açucarada que envolva o ridículo da situação inicial. Aqui há três semanas, entre as vozes que se fizeram ouvir comentando o despropósito da promoção dada à nova formação política de Pedro Santana Lopes contou-se a de Rui Tavares (acima). Ora, o colunista do Público conta-se entre aquela escassa meia dúzia - talvez - de políticos em Portugal que não tem moral nenhuma para falar do favorecimento de Pedro Santana Lopes, já que goza de um tratamento benigno similar na comunicação social. Foi só preciso escoar-se pouco mais de uma semana (dez dias) para o tornarmos a constatar, com uma promoção despropositada (feita no mesmo jornal onde escreve, o Público) à candidatura da sua pessoa às eleições europeias. As eleições primárias do Livre terão lugar amanhã e desafio o leitor a encontrar naquele e noutros jornais, artigos referentes a outras candidaturas concorrentes no Livre ou mesmo sequer a quaisquer outras prospectivas candidaturas às eleições europeias de outros partidos marginais. Porque, valha verdade, e quanto ao estatuto marginal do Livre (e, já agora da Aliança de Pedro Santana Lopes), a última sondagem que se acabou de publicar, dando um resultado irrisório à segunda formação (1,7% para a Aliança), humilha ainda mais o Livre, rebaixando-o à condição de irrelevante: nem aparece. Sendo assim, qual a relevância jornalística da candidatura de Rui Tavares à Europa que a distinga da do Ricardo Arroja ou do Tino de Rãs? É por Tavares ser um gajo porreiro? Eu também o acho porreiro. E então?...
Tens razão. Há algumas pessoas que são mesmo levadas ao colo. E não é por eu gostar de Rui Tavares e não gostar de Tino de Rãs ou de Ricardo Arroja que isto deixa de ser verdade.
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