29 julho 2017

O PALERMA DO FMI QUE SE VAI EMBORA

Nos quatro anos em que liderou a missão para Portugal do FMI, o indiano Subir Lall destacou-se dos seus parceiros da troica pelas bocas controversas que não se cansava de mandar. A última boca que me recordo dele, simbólica e proverbial, foi emitida há menos de um ano, quando ainda a três meses do fim de 2016: já era tarde para corrigir o défice daquele ano (acima). A frase só aparentemente era neutra. Só que, como sabemos, o tal défice que se apresentava incorrigível veio-se a cifrar, no fim do exercício e surpreendentemente, em 2,0%...

Reconheçamos: para essa actividade de opinar politicamente, escondendo-se por detrás de um falso comentário económico, já cá andamos bem servidos com a prata da casa: há o Camilo Lourenço, a Helena Garrido, o José Gomes Ferreira, o Nicolau Santos (do outro lado da trincheira), e até o José Manuel Fernandes que, através do Observador, se guindou a um estatuto de Super Nuno Rogeiro - o HOMEM que tem habilitações para falar de TUDO, até de ciganos(!). Ao lado de tal elenco, um estrangeiro era supérfluo... a não ser para falar com jornais estrangeiros.

Devemos aprender com o que nos aconteceu nestes últimos anos. Na altura em que este palerma se vai embora sem deixar saudades, convém continuar a desconfiar do que valem realmente os membros desta confraria internacional de tecnocratas (permitam-me recordar mais uma vez, entre eles, e porque a experiência foi dolorosa, o completo fiasco que foi a prestação doméstica de Vítor Gaspar), tanto mais que se assiste a esta habilidade de os rodar regularmente, escondendo-lhes as incompetências, como se de uma maçonaria se tratasse.

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