04 julho 2017

NENHUM RUMOR É PARA SER CONSIDERADO VERDADEIRO ATÉ SER DEVIDAMENTE DESMENTIDO

É apenas da natureza humana que os relatores se procurem cobrir sempre que possível na apresentação de conclusões. Os relatórios são sempre enfaticamente técnicos mas o formato como se conclui emana sempre do literário. Resultados de investigações caracterizadas por conclusões taxativas (como acontece acima, em terceiro lugar) pecam por anómalas. O autor da passagem é alguém muito convicto e/ou muito corajoso e/ou muito estúpido porque não está a perceber o filme: o teor daquela conclusão não interessa nada a quem encomendou o relatório. Por isso é que faltam aspectos relevantes (quarto lugar) e se vai continuar a investigação até se concluir aquilo que se quer. A regra de que as investigações se perpetuam até concluir aquilo que quem a encomendou deseja é uma das verdades insofismáveis da política, assim como aquela outra regra que aparece em título acima, a de que um boato só é para ser levado a sério depois de devidamente desmentido. Valerá a pena explicar a alguém que existem razões técnicas para que seja o lado do pão com a manteiga a cair mais frequentemente para baixo? A questão não é das leis da física mas das da política. São aquelas regras políticas clássicas que se conhecem desde há mais de 30 anos, que já apareciam em jeito de piada no saudoso manual de política constituído pela série Yes Minister, regras essas que funcionam para todas as comissões de inquérito, sejam elas formadas tanto por nacionais como por estrangeiros. Não se queira reinventar bombasticamente a roda.

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