
Durante décadas, as dezenas de milhares de blindados soviéticos serviram de
adereços de uma
coreografia que se percebeu depois ter sido simultaneamente conveniente para os dois lados em conflito na
Guerra-Fria. A Leste mostravam a capacidade do regime se defender a si e à Pátria para além de servirem de
promotores daquele género de
Paz que apaziguava os elementos reaccionários das sociedades socialistas irmãs – em
Berlim (1953), em
Budapeste (1956) ou em
Praga (1968).

A Ocidente, essas mesmas dezenas de milhares de blindados eram pretexto para o uso de mapas de
Teatros de Operações Continentais (acima TVD - ТВД -
Teatr Voennykh Deistvii) onde se antecipavam
maciças invasões soviéticas bem como as potenciais reacções a esses cenários (abaixo) que justificaram, não apenas décadas de uma presença militar norte-americana muito significativa em solo europeu, como também investimentos de muitos milhares de milhões em equipamento militar.

O grande embate em terras alemãs entre as unidades da
NATO e do
Pacto de Varsóvia tornou-se, muito provavelmente, na mais estudada das
batalhas virtuais que não chegou a existir. É possível que, tivesse ela existido, todos esses estudos não tivessem servido para grande coisa. Afinal, ainda hoje se estudam e parece não haver consenso quanto às razões principais que fizeram com que terminasse abruptamente o clima que motivaria aquele épico choque entre blindados e
armas anti-tanque…

Um pouco mais de 20 anos passados sobre o fim da
Guerra-Fria, vale a pena mostrar algumas fotografias de um
cemitério de máquinas de Kiev onde se acumulam (literalmente) várias centenas dessas temíveis máquinas de outrora:
T-54/55,
T-62,
T-64,
T-72. À vista, só naquele
ferro-velho ucraniano parece juntar-se um número de carros de combate (
MBT) mais do que suficiente para equipar toda uma
divisão blindada, algo que sempre esteve para além das nossas capacidades em Portugal…
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