
No fim, as dúvidas sobre
quem se queria encontrar com
quem no encontro entre Chico Buarque e José Sócrates acabaram por ficar esclarecidas.
À portuguesa. Ou seja, a
culpa acaba solteira, que as responsabilidades, conforme se pode ler
na explicação do jornal, vão recair nessa entidade abstracta e colectiva que se chama
o gabinete do primeiro-ministro. É pena. Porque agora sou eu que gostaria de conhecer o assessor que
congeminou aquela inacreditável história de Chico Buarque querer conhecer José Sócrates. Apenas para lhe dar um
carolos na cabeça e sondar a dimensão do vazio interior…

Mas evidentemente que, depois do alvo potencial da notícia ter deixado de ser o próprio primeiro-ministro, o interesse dito
jornalístico do episódio desapareceu por completo. Porque na vida do jornalismo político é um suicídio hostilizar quem lhes enche as
manjedouras. E quem lhes enche as
manjedouras são aquele conjunto de assessores que gravitam à volta dos políticos, designados colectivamente por
gabinete. Que, não por acaso, são, numa maioria dos casos, eles próprios jornalistas. Amanhã muda o governo e os papéis trocam-se. É isso que torna improvável que
se venha a saber o nome do rapaz da cabeça oca…
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