
Claude Monet (1840-1926) terá pintado este quadro acima, onde se vê o Sol a nascer por entre o neblina matinal do porto do Havre na Primavera de 1872. O título que o autor lhe deu,
Impression: Lever du Soleil (
Impressão: Nascer do Sol) estava destinado a perdurar e a marcar um movimento artístico, que não só iria transbordar da pintura para outras formas de expressão artística como a música e a literatura, como se iria tornar dominante nas primeiras décadas da
França da III República: o
impressionismo.

O
impressionismo já
existia nos quadros anteriores de Claude Monet, como o de cima, datado de 1869 e intitulado
La Grenouillère, uma piscina natural com um café adjacente nas margens do Rio Sena que o autor frequentava com
Auguste Renoir (1841-1919) que é autor de
um quadro muito semelhante. Porém, a palavra
impressionismo terá nascido como uma espécie de
sound bite depreciativo criado pela imaginação de um hoje anónimo
crítico artístico numa exposição realizada em Paris em 1874. Os criticados acarinharam a palavra…

Confesso que tenho um enorme
fraquinho pela obra de Claude Monet que parece produzir obras-primas a partir de temas que são um
quase-nada: na sua
série de quadros sobre a Gare de Saint Lazare que foram pintados em 1877 o elemento predominante e comum é um fumo que parece mais
sufocante de contemplar do que de respirar, assim como a condensação de uma casa de banho em que o chuveiro já está ligado há tempo demais. Mas gostaria de chamar a vossa atenção para o quadro de Monet que mais me intriga…

Camille Monet (1847-1879) casou com Claude em 1870, e foi
o modelo de alguns dos seus quadros. Contudo, em 1879, Camille havia contraído tuberculose e, apesar dos seus 32 anos, estava às portas da morte. Em
Camille Monet sur son lit de mort (
Camille Monet no seu leito de morte), um pintor visivelmente amargurado retrata a expressão da sua companheira de forma fluida, ocultando as expressões de dor, rodeada de uma aura branca, qual vestido de noiva, e preservando-a numa espécie de
seda de aranha…
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