27 outubro 2009

OBAMA DECIDIU NÃO DECIDIR POR ENQUANTO

Suponho que uma das actividades iniciais de qualquer estudante de jornalismo é a de aprender a identificar a notícia. Como eu nunca fui a aulas dessas, tenho de pedir a ajuda de algum jornalista que porventura leia este blogue para que me explique qual é a essência da notícia hoje publicada(1) em que Barack Obama afirma recusar-se a precipitar-se a tomar uma decisão quanto às tropas (para o Afeganistão)… Sinceramente, a mim parece-me que não existe ali notícia nenhuma, mas como sou confrontado com o peso de toda a informação mundial custa-me passar um atestado de imbecilidade ao conteúdo de uma notícia com aquele peso e acusar toda uma classe profissional de agir como animais numa manada. Mas daquele teor e como informação, só me lembro - e não sei se mais alguém se lembrará comigo - da Contra-informação, quando José Rodrigues dos Prantos dizia: Toneca Guterres decidiu… nããão decidir!
Só que, para além do que acima reconhece o Tonecas, o reality show é mesmo mundial!

4 comentários:

  1. Sem ir directamente ao assunto que remete para o papel da política, nomeadamente do imperialismo, no domínio da difusão noticiosa, invoco aqui um outro episódio actual sobre rigor noticioso: Rodrigo Guedes de Carvalho sobre as eleições em Moçambique, no Jornal da Noite, SIC, diz que « actual presidente deverá ser reeleito, de acordo com as sondagens.» A questão é denunciada no título do post de João Carvalho, em “Delito de Opinião: « Só que lá não há sondagens... » E, de facto, não há.

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  2. Complementando Lenine (veja lá por quem eu já me tomo, António Marques Pinto?...), eu acredito que só a verdade é revolucionária mas nem toda a verdade é revolucionária… Os “observadores” não prevêem nenhuma mudança de regime para Moçambique, pois não? Os “observadores” antecipam que os macuas do Norte, que decidem as eleições moçambicanas, vão continuar a votar preferencialmente na FRELIMO, não é verdade? Como sinal de modernidade, desta vez, os “observadores” dizem que houve sondagens… e o Rodrigo Guedes de Carvalho lê o que lhe põem à frente.

    Quanto ao autor que refere, se se retratasse dos erros flagrantes quando os comete, ajudá-lo-ia porventura a tornar-se respeitado quando aponta os dos outros…

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  3. Aqui para nós que já ninguém lê nesta fase de desenvolvimento do blogue, eu cito o autor por respeito à autoria mas acredito no que diz - na verdade não sou leitor habitual dele. Pelo mesmo critério de autonomizar as verdades em relação aos autores, tenho pena de citar o R. G. de Carvalho nestas circunstâncias. Mas se deus me der vida e saúde ainda hei-de criticar o primeiro e elogiar o segundo.

    Mas ao que eu vinha era para achar que o António Teixeira tem toda a legitimidade para complementar Lenine pois é notório que tem mais informação do que ele tinha e poderia ter.

    Que «nem TODA a verdade é revolucionária», compreendi logo que Manuela F Leite se fez sua arauta...

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  4. Aqui entre nós, António Marques Pinto, lamento desapontá-lo mas este blogue não se desenvolve (como se espera que as revoluções o façam), antes anda “enrolado” à volta de um centro invisível, já que uma esmagadora maioria das visitas resulta de consultas a postes antigos, desde a história das descolonizações até à pintura de François Clouet.

    Comente sempre onde quiser que vem sempre a tempo. Muito mais quando me surpreende, como foi o caso, quando descobri que alguém com o seu percurso só com Manuela Ferreira Leite veio a reconhecer que “nem TODA a verdade é revolucionária”.

    Há um famoso ditado, mais antigo que Lenine e atribuído a Bismarck, sobre as ocasiões em que era proibido falar a verdade: ANTES das eleições, DURANTE a guerra e DEPOIS da caça. Não sendo propriamente uma reflexão sobre a VERDADE, e embora Bismarck fosse, à sua maneira e mais por actos do que por ditos, um REVOLUCIONÁRIO, parece-me contudo uma reflexão verdadeira…

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