Mas, se comecei por este preâmbulo, foi para dar uma ideia do perfil do autor de uma classificação sociológica dos portugueses que sempre considerei extremamente simplificada, mas eficaz: embora nunca o tivesse ouvido sistematizá-la desta forma, segundo o António Almeida a sociedade portuguesa divide-se nos rústicos, nos urbano-rústicos e nos bacanos. O carácter inédito da classificação consistia naquela categoria intermédia, a urbano-rústica, composta pelos rústicos que haviam sido transplantados para a cidade.
Se há uns dias gostei de um poste de Ana Vidal no Delito de Opinião (tanto que me servi dele para escrever um poste precisamente sobre o mesmo assunto que é lá abordado), ainda mais me tenho vindo a maravilhar com o conteúdo da caixa de comentários desse mesmo poste. É que quase todos, senão mesmo todos os comentários referentes àquele poste que é dedicado à ignorância flagrante do jornalista António Ribeiro Ferreira se referem concertadamente… à bimbalhice do casal e especialmente de Maria Cavaco Silva.
Não serei eu a pretender valorizar o comportamento da mulher do presidente, mas também não percebo a que propósito é que os vários comentadores saltaram de um assunto para outro. Como pretexto, considero o episódio do Rio Bósforo forçado para malhar no casal Cavaco Silva. Usando a classificação sociológica de António Almeida e de acordo com a opinião generalizada da imprensa a História recente de Portugal terá tido dois presidentes urbano-rústicos (Eanes e agora Cavaco Silva) e dois bacanos (Soares e Sampaio).
Como a classe jornalística em geral se vê a si própria, tal qual fazia o António Almeida, como pertencente aos bacanos, adivinha-se a sua parcialidade naquilo que ela costuma escrever sobre aqueles episódios acessórios que ocorrem durante uma viagem presidencial mas que não têm interesse nenhum. Foi a mesma parcialidade que, recorde-se, fez do episódio de Cavaco Silva a trepar a um coqueiro uma evidente labreguiçe, mas do de Mário Soares escanchado numa tartaruga gigante mais uma demonstração da sua proverbial bonomia…
É um salto inevitável rsrsr Balhamedeus!
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