Quando há poucas horas vi Jean-Luc Mélenchon a antecipar-se a todos na reacção à vitória eleitoral da esquerda nas eleições legislativas francesas, não pude deixar de me recordar desta sua cena a reagir às buscas policiais que, há cinco anos e meio, fizeram, quer a sua casa, quer à sede do seu partido. Foram cenas que, pela sua exuberância insólita (acima e também aqui), percorreram a Europa, e disseminaram uma imagem ridícula, mesmo caricata, daquele político francês. Por muito pertinentes que fossem as suas razões para protestar. Concebê-lo a encabeçar um governo de França é inimaginável, também, ou talvez sobretudo, fora de l'Hexagone. E, porque nestas coisas os jornalistas portugueses se esquecem sempre de fazer comparações com o estrangeiro, especialmente quando essas comparações nos são favoráveis, vale a pena recordar, pela positiva, a atitude contida mas cínica e sarcástica de Rui Rio quando lhe aconteceu precisamente o mesmo, há quase precisamente um ano.
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