28 dezembro 2021

HÁ DUAS MANEIRAS DE AVALIAR AS MAIS RECENTES DECLARAÇÕES DE ANTÓNIO COSTA

A primeira delas será considerá-las pelo seu conteúdo. Não só vem animar muito a comunicação social e a pré-campanha, como a partir do que ele disse poder-se-á especular múltiplos e interessantes cenários políticos a partir de 31 de Janeiro de 2022, dia seguinte às eleições. A outra maneira de avaliar aquelas declarações é a de reservar a hipótese de que, chegada a noite das eleições, tudo o que fora anteriormente dito por Costa venha a ter uma «taxa de execução» comparável à do programa Ferrovia 2020 (os 12,2% mencionados mais abaixo são uma avaliação feita em Maio de 2021). Eu gosto mais desta última versão, porque, em primeiro lugar, a credibilidade de António Costa já se desgastou com os anos de governação, e, em segundo lugar, reconheça-se que isso - o facto de Costa não ser sempre para levar a sério - nos abre muitos mais cenários especulativos, o que é sempre bom para a indústria do cometário político. A Ferrovia 2020 é aqui empregue apenas como um dos aspectos mais caricaturais de um estilo muito de António Costa, o de prometer-mais-qualquer-coisa-mas-não-se-fazer-nada-do-que-se-promete que se tem estado a tornar a imagem de marca destes últimos anos de governo socialista.

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