01 dezembro 2021

CONSIDERAÇÕES SOBRE A MORALIDADE E A FACTUALIDADE

Ele há discussões que não vale a pena iniciar sequer. Aqui acima temos um exemplo disso, em que uma afirmação atribuída à jovem representante americana Alexandra Ocasio-Cortez de 32 anos («é mais importante estar moralmente certo do que factualmente correcto»), afirmação essa que apresentada em contraponto a uma outra de um economista nonagenário da mesma nacionalidade chamado Thomas Sowell («é normalmente fútil tentar argumentar com qualquer análise dos factos àquelas pessoas que se sentem possuir um sentido de superioridade moral na sua ignorância»). O quadro está montado para dar essa impressão, mas as frases não resultam de um diálogo entre os dois. Na verdade, esta dicotomia entre moralidade e factualidade só subsiste porque aqui navegaremos nos domínios da teoria.
Quando as questões são de cariz prático, toda aquela problemática acima tende a simplificar-se: ele há os que seguem a via experimental (acima), e os que se deixam conduzir pelo empirismo (abaixo). E depois, para a avaliação da importância da factualidade, é só deixar passar os comboios...

4 comentários:

  1. A "representante" é gira. Mas eu designá-la-ia "deputada".

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  2. Faça como quiser, Lavoura, designe-a como quiser. Mas escolha ao menos um critério para as suas traduções e mantenha-o.

    "Representative" costuma ser traduzido por "Representante", uma palavra que faz todo o sentido em português.

    Se há quem escolha o termo "deputado" será para o tornar mais acessível aos leitores, especialmente os brasileiros onde, de facto, a câmara baixa do congresso, numa estrutura bicameral copiada dos americanos, se chama, de facto, «câmara de deputados».

    Agora, uma de duas, Lavoura. Ou você é liberal com as traduções, como aqui o foi, ou então é rígido.

    É que, em completa contradição com o que agora fez, eu lembro-me de o ler a preferir e a sugerir-me a palavra "Antepomerânia»(!) como tradução para a região alemã de Vorpommern, em vez da versão "Pomerânia Ocidental" que eu, como a esmagadora maioria das publicações, empregara.

    Mais uma vez, e como eu já então lhe escrevia em 2013: «...não percebeu nada daquilo que era verdadeiramente importante no poste». Mas, mesmo assim, convém que o Lavoura mantenha um critério coerente.

    Sob pena de o Lavoura ser por sua vez objecto de um comentário contraditório à Lavoura...

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    1. A preposição "vor" em alemão quer dizer "antes de".
      Por exemplo, "Vorspeisen" (= "Ante-iguarias") quer dizer "entradas" de uma refeição num restaurante.
      "Ocidental" seria, em alemão, "West" (como por exemplo em "West-Berlin").
      Eu portanto, lendo em rigor, interpreto "Vorpommern" como querendo dizer algo que está antes da Pomerânia mas que ainda não faz parte dela. Que eu saiba, de facto, a Pomerânia é no Norte da Polónia (a terra dos antigas cavaleiros teutónicos, ali por volta de Marienburg).
      Mas estou de acordo em que "Antepomerânia" é esquisito e que "Pomerânia Ocidental" soa muito melhor.

      É claro que uma "representative" é uma "representante". Tal como um deputado à Assebleia da República também é um representante do povo português. Mas, para que o leitor perceba aquilo que está escrito, é melhor, parece-me a mim, escrever "deputado", que é a palavra que em português se utiliza para este tipo específico de representante.

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    2. Mas estou de acordo em que "Antepomerânia" é esquisito e que "Pomerânia Ocidental" soa muito melhor.

      Pois, mas foi precisamente isso que o Lavoura se "esqueceu" de admitir naquela altura. Agora mudou de opinião? Pois, foi para isso que eu agora lhe chamei a atenção.

      O Lavoura tem que perceber que, com o rasto de comentários embirrentos que tem espalhado pelas redes sociais na última década, em que já disse tudo e o seu contrário, também já dá para "ser-se Lavoura" consigo.

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