08 fevereiro 2019

A PROMOÇÃO DISPARATADA AO DISPARATE

A série televisiva M*A*S*H passou na nossa televisão vai para uns 40 anos. Como o filme original que a inspirara (MASH, de 1970) também ali a acção (num registo cómico e, ao mesmo tempo, irónico) se desenrolava num hospital de campanha norte-americano durante a Guerra da Coreia (1950-53). Já aqui mostrei no Herdeiro de Aécio que não era um grande admirador da série. Isso não impede que recorde, quando a propósito, algumas das cenas e personagens mais vincadas do filme e da série.
Na série, uma das personagens que mais dava nas vistas era o cabo Maxwell Klinger, que se notabilizava por aparecer vestido com roupas femininas. A intenção confessa do cabo Klinger era a de ser passado mais cedo à disponibilidade ao abrigo de uma cláusula aplicável a quem mostrasse desequilíbrios mentais. Como se adivinha, nunca teve essa sorte, e a piada do gag foi-se desgastando à medida que se repetia de episódio em episódio. Mas, mesmo cansada, a história ressurgiu-se-me por ocasião de uma polémica ontem noticiada pelo Jornal de Notícias.
Hoje tornou-se comum haver mulheres nas forças armadas. Mas que não se fardam como o cabo Klinger. Muito se terá evoluído em quarenta anos mas o Meridiano do bom senso não evoluiu tanto assim. E insolências atrevidas de alunos do 11º ano sempre as terá havido nesses quarenta anos. O que não tem sentido algum é que agora haja organizações políticas como o Bloco de Esquerda a dar-lhes uma seriedade e que haja órgãos de informação (porque injectados pelos partidos sem qualquer controle editorial) a facultar uma promoção disparatada ao disparate.

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