27 novembro 2008

EPAMINONDAS, O GENERAL GREGO COM UM NOME HORROROSO

Quando pequeno tive um boneco chamado Epaminondas, mas não fui eu que o baptizei – não fui assim uma criança tão precoce... Foi a minha mãe – que também não era uma admiradora assim tão grande da cultura helénica... Acontecia apenas que o boneco (que me fora dado) era feio, horrível e Epaminondas foi o nome mais horroroso que lhe ocorreu para se adequar ao boneco e também para sublimar a frustração de não o poder deitar fora – sim, porque quem o dera era uma daquelas pessoas que controla se a sua oferta foi ou não devidamente apreciada…
O Epaminondas original (418 a.C. - 362 a.C.) foi um general e político grego, originário da cidade de Tebas, que viveu no Século IV a.C.. Se, como político, a sua contribuição foi um episódio fugaz na História da Grécia (a hegemonia de Tebas durou apenas uma década), a sua contribuição para a evolução da táctica militar ocidental é incontornável, ao atribuir-se-lhe a criação do dispositivo de batalha em oblíquo (veja-se o quadro abaixo), que foi pela primeira vez aplicado durante a Batalha de Leuctras, travada na Beócia entre tebanos e espartanos em 371 a.C..
O dispositivo, baptizado depois por falange tebana, consistia em reforçar um dos corpos do exército (em azul) em detrimento dos outros que se apresentavam mais afastados do inimigo (em vermelho). A manobra consistia em fazer o corpo reforçado avançar e vencer rapidamente o seu oponente directo, enquanto os restantes corpos recuavam, atrasando e desfasando o choque com os seus corpos oponentes. Por essa altura já o corpo principal se superiorizara ao inimigo e rodando, podia acorrer em auxílio, atacando os corpos inimigos pelo flanco.
Como num bom enredo trágico, Epaminondas morreu vencedor, à frente das suas tropas, depois da sua segunda grande vitória, a da Batalha de Mantineia, travada em 362 a.C. (acima, num baixo relevo do Século XIX). O seu dispositivo e a sua actuação táctica foram depois copiados, nomeadamente pelos macedónios. Os exércitos helenísticos passaram a dispor de um núcleo de elite, com grande capacidade de choque. E quando em batalha, a doutrina mandava que se assumisse a iniciativa, porque só assim se impunha o seu plano de operações ao do inimigo...

6 comentários:

  1. Ora nem mais. Epaminondas, tá mesmo a dizer.... Neste blog a erudição parece uma brincadeira de crianças dada a simplicidade com que se explicam as diversas questões. Essa é uma característica que muitos buscam uma vida inteira e nunca conseguem encontrar. Ou dizendo de outra forma: À Vitória Fareeennnnnse, À Vitóóóóó...ria 1 abraço
    ARTUR

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  2. Hellas (ΕΛΛΑΣ, Ελλάς)! Logo hoje... :(

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  3. Ando eu para aqui armado em Arnaldo Matos tardio como grande educador do proletariado português e os comentários que me põem para aqui vão todos descambar no futebol… Oh massas alienadas!

    A propósito Artur, que mal te fez o Olhanense para se ver assim por ti preterido?

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  4. Tem razão, mas eu não sou proletário...

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  5. Aderi ao Farense para chatear o meu pai e o Cavaco, adeptos do Olhanense. Hahahahaha....

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  6. Bom, para variar, o meu comentário não vai descambar no futebol até porque não percebo nada do assunto. Eu só sei que o Pinto da Costa é inocente e mai'nada!

    O que eu queria mesmo dizer é que conhecia o general Epaminondas e os seus feitos nas batalhas contra Esparta. Não lhe conhecia era esses dotes de estratégia que prevaleceram mesmo depois da sua morte.
    Vá lá, o nome é o que se vê, mas compensava-o com outras habilidades. Não se pode ter tudo!

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