17 agosto 2008

GATO ESCALDADO…

Ontem, ao assistir à final dos 100 Metros masculinos em directo, tive direito a um daqueles espectáculos únicos do atletismo, com direito a Recorde do Mundo em directo! O jamaicano Usain Bolt demonstrou uma tal superioridade sobre os adversários que percorreu os últimos 15 metros a celebrar, prejudicando a marca (9,69 segundos) que obteve, deixando-nos a imaginar até onde poderia ter chegado o Recorde se ele não se tivesse posto com aquelas celebrações…

Foi esse pormenor que me fez lembrar uma outra final olímpica a que assisti, disputada há 20 anos e ganha por outro atleta com uma marca que, na altura, também era o Recorde do Mundo (9,79 segundos). Também ele foi criticado por se ter posto com celebrações (levantando o braço) antes de passar a meta. Como Bolt, o atleta também nascera na Jamaica, embora a sua família tivesse depois emigrado para o Canadá. O seu nome era (é) Ben Johnson

Sempre gostei e continuo a gostar de atletismo, muito embora os incidentes que se sucederam à prova que descrevi (no controlo veio-se a descobrir que Johnson se dopara) e sobretudo, os que não tendo causado incidentes na época, se vieram a saber muito posteriormente (que os rivais de Johnson naquela corrida também se dopavam…), deixam-me, por precaução, sempre céptico a tão evidentes demonstrações de superioridade atlética…

No meio de tantas celebrações é sempre desagradável fazer o papel de amigo da onça mas nos Jogos Olímpicos de Seul de 1988, a onça apareceu sem precisar de amigo. Será que Usain Bolt é mesmo um fora de série ainda mais fora de série, num mundo já de si constituído por foras de série? Ou haverá ali qualquer outra coisa mais, daquelas que só serão detectáveis nos laboratórios dos Jogos Olímpicos de Londres 2012?

2 comentários:

  1. E vamos todos (salvo seja) correndo de mentira em mentira, até ao embuste dos recordes.

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  2. Estás tu que nem eu. Apesar de me considerar uma pessoa muito crédula, (por vezes a raiar a estupidez)quase que podia apostar, se fosse pessoa de apostas, que não haverá um único atleta que, de uma forma mais sofisticada, ou mais pobrezinha, não leve a sua conta de dopping. Então esses mais evidentes, provocam-me sempre uma ligeira comichão. E não é do sol, que este ano ainda não apanhei nenhum.

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