20 novembro 2007

VALE DOS CAÍDOS

Hoje, no 32º aniversário da sua morte, vale a pena recordar como Francisco Franco teve a sua oportunidade de ser magnânimo depois da sua vitória na Guerra Civil espanhola (1936-39) e não o quis ser. O Vale dos Caídos é um monumento de evocação a uma das facções dessa guerra – a vencedora – e nem sequer se nota no gesto de o mandar edificar um esforço para cativar os que ficaram do outro lado para justificar a primeira característica da Espanha do lema do franquismo – España: Una, Grande, Libre.
É um monumento que nunca visitei nem pretendo fazê-lo. A sua existência tornou-se um daqueles erros colossais que mostram a verdadeira dimensão de Francisco Franco como estadista e que justifica a batalha inglória que os seus defensores têm agora de travar pela preservação da sua memória como uma grande figura de Espanha. Facciosismo aparte, é um esforço baldado, porque quem se mostrou assim mesquinho na hora do triunfo dificilmente merecerá o respeito das gerações futuras…

2 comentários:

  1. Polémica interessante também é a que se acendeu em torno do futuro museu Salazar, em Santa Comba Dão.
    Cada um tem direito às suas devoções, desde que não obrigue os outros a alinhar...

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  2. O Vale dos Caídos nem sequer é polémico. A não ser que se considere polémico o esforço desesperado do estado democrático espanhol (principalmente quando o partido no poder é o PSOE) para o transformar num monumento ecuménico a todos os mortos da Guerra Civil de Espanha.

    Para mim, mais do que polémico, parece-me patético porque toda a arquitectura do local - a começar pela cruz enorme pela qual um dos lados se bateu... - desmente a reconciliação. Permanecerá um problema da memória de Espanha...

    Parece-me que a polémica à volta da "capelinha" de Santa Comba Dão não se compara com isso. É gente com militância a mais, tempo a mais e siso a menos: porque não se põem a perseguir o comércio de adereços nazis que pulula por aí?

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