18 novembro 2022

SUPOSTAMENTE, MARCELO ERA CONSIDERADO MUITO INTELIGENTE...

...mas ao ler estas suas últimas declarações a respeito do campeonato mundial de futebol, torna-se difícil perceber porquê. Em primeiro lugar, porque declarações do teor desta que se lê acima, que são a transposição da comunicação oral do próprio Marcelo, constituem transigências que se aceitam em política internacional, mas para uma potência global como a China, nunca para um país de terceiro escalão como o Qatar. Em segundo lugar, porque, mesmo que o presidente de Portugal aceite essa transigência, ela não pode ser proclamada assim em voz alta, à cara podre. É um descaramento embaraçoso e este estilo atrevido de Marcelo já se tornou cansativo. Em terceiro lugar porque as declarações terminam com um apelo a que façamos o mesmo que o presidente, esquecemos isso, o que é uma daquelas belas ocasiões para que as audiências se dissociem do apelo e se arroguem de uma superioridade moral sobre quem diz tais afirmações, uma atitude de princípio que cai sempre bem. Para mais quando o subproduto é insinuar que quem produziu a afirmação (Marcelo) não os tem (princípios). Claro que, como comprovado por exemplos milenares desde Roma, quando chegar a altura do espectáculo a plebe ir-se-á entusiasmar com o circo. Embora eu desconfie que, por causa e depois da pandemia, já se ultrapassou o zénite do entusiasmo com este género de eventos. Mas é aquela mesma plebe que também não presta, nunca prestou, atenção a estes jogos florais dos direitos humanos no Qatar. Marcelo escusa de se preocupar e de dizer a esses que esqueçam do que nunca se lembrariam. Por tudo isso, e repetindo uma pergunta recorrente nestes dias em que andamos à procura de vestígios de inteligência na sua actuação, para que é Marcelo abre a boca?!...

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