24 janeiro 2019

ESTADO DE EMERGÊNCIA EM ESPANHA

24 de Janeiro de 1969. Francisco Franco decretava o estado de emergência em Espanha. Depois do que acontecera em França em Maio de 1968, os países europeus, e por maioria de razão, as ditaduras, não se arriscavam a que a contestação dos estudantes universitários transbordasse para níveis que se tornassem incontroláveis. Há cinquenta anos, o ministro da Informação, Manuel Fraga Iribarne, anunciava um conjunto de medidas repressivas que o Diário de Lisboa do dia seguinte detalhava numa página interior (abaixo). Ali, um subtil, mas que não cremos casual, critério de paginação, anexava á notícia de primeira página uma outra da condenação de cinco nacionalistas bascos, numa sugestão que os problemas em Espanha eram mais complexos do que apenas a agitação estudantil em Madrid. Um pouco mais acima, lia-se que a situação em Paris ainda não fora totalmente pacificada. E, do outro lado da página, percebia-se que as cautelas não se cingiam apenas a este lado da Cortina de Ferro: do lado de lá, entre outras ditaduras, e por causa de um protesto, da (hoje famosa) imolação de um estudante checoslovaco (Jan Palach) que ocorrera alguns dias antes, as forças «da ordem» haviam entrado «em estado de alerta».

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