
O Prémio Nobel de Economia de 1997 foi atribuído a
Robert C. Merton (acima, à esquerda) e
Myron S. Scholes pelo seu novo método para determinar o valor de derivados. Porém, o seu
novo método (conhecido como
Modelo Black-Scholes) fora inicialmente concebido em 1973 e, por isso, há muito que a reputação dos dois académicos estava estabelecida entre os meios financeiros, onde eram figuras tão conhecidas quanto requisitadas.

Nem de propósito, logo em 1998, ano seguinte ao do Prémio e por causa das crises na
Ásia (1997) e na
Rússia (1998) um grande
fundo de cobertura (
hedge-fund) chamado
Long-Term Capital Management (
LTCM), de que os dois premiados faziam parte do conselho de administração como executivos, entrou em dificuldades financeiras acabando por falir em 2000. Abaixo compara-se a evolução das rentabilidades da
LTCM (azul), da Bolsa (vermelho) e dos Títulos do Tesouro (laranja).

Mas o fracasso não afectou a confiança dos dois premiados nas virtudes do Modelo por eles concebido. Ainda em 1999, Scholes esteve entre os fundadores de um novo fundo de cobertura intitulado
Platinum Grove Asset Management. Também este fundo foi prosperando até que a grande crise financeira de 2008
o levou quase à beira do colapso. Mais recatado e dedicado à vida académica, Merton só esteve associado como director científico ao
Trinsum Group, Inc., que faliu em 2010…

Com esta pequena história pretende-se recomendar alguma cautela quanto à confiança que se deve atribuir às opiniões dos
gurus das finanças nestes tempos em que eles proliferam…
Sem comentários:
Enviar um comentário