16 dezembro 2009

O VERMELHO E O NEGRO EM VERSÃO PAULA BOBONE

A futilidade só tem sentido se existir numa redoma estanque que a proteja de qualquer matéria mais evoluída. Servindo para identificar a rainha de Espanha numa fotografia, a futilidade entra em colapso imediato no caso de se precisar de saber, por exemplo, quem teria sido a última rainha de Espanha antes da actual, muito menos reconhecê-la numa fotografia ou numa gravura (Vitória Eugénia, mulher de Afonso XIII e avó do actual monarca espanhol, na fotografia acima). A prova disso parece ser mais uma vez reavivada na página das ditas futilidades da edição de hoje do Público. Pode-se clicar em cima da imagem abaixo para a ampliar.
A fotografia é de um jantar de gala dado anteontem em Madrid em homenagem ao presidente vietnamita. O trecho da legenda sublinhado diz, depois de se referir a O Vermelho e o Negro de Stendhal: ainda que (…) ninguém faça a menor ideia do motivo que levou o romancista a escolher estas duas cores para título do seu livro. Por acaso, até há várias ideias para a escolha daquelas cores… A mais difundida, associa o vermelho à cor das fardas em alusão à carreira militar que o ambicioso Julien Sorel teria seguido sob o Império e o negro à cor dos trajes eclesiásticos da carreira que ele teve que adoptar sob a Restauração…
Mas também, recuperando uma expressão usada na própria notícia, verdade seja dita, a que leitores daquela notícia é que o pormenor interessará?...

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