08 junho 2017

O GRÁFICO «MARTELADO» DE JOSÉ GOMES FERREIRA

António Costa foi ontem à SIC Notícias. Por uma questão de decoro designou-se a intervenção de José Gomes Ferreira por entrevista, mas tratou-se de um debate. A certa altura, e com a fluidez superficial que a televisão permite, o jornalista (que jogava em casa) pôs no ecrã o gráfico que acima se exibe, onde se destacava a tendência para a redução continuada do défice do estado desde 2010. Há um contínuo desde os governos de Pedro Passos Coelho portanto, a que António Costa agora dará seguimento. Seria a tese subliminar e a sugestão ficava, embora, quanto aos números, não chegava a dar tempo de serem corroborados. Mas o debate pode ser visto em gravação...
E é na comparação desses números ontem mostrados com os que constam do documento referencial em que se tornou o Pordata que a porca torce o rabo (acima). Os números do défice de 2014 e 2015 são substancialmente superiores no Pordata (7,2% e 4,4%, respectivamente) àqueles que ontem foram usados pelo gráfico da SIC. Não acredito que quem se responsabilizou pela elaboração do gráfico não conhecesse os números verdadeiros e que incluem os prejuízos suportados pelo BES e pelo Banif. O problema é que a sua inclusão no gráfico estragaria o efeito visual da mensagem da continuidade que José Gomes Ferreira queria fazer passar. Como se pode comparar abaixo... Explicar o seu expurgo não conviria também, porque o assunto banca é algo em que o governo anterior (e José Gomes Ferreira!) não se distinguira(m) particularmente. Ficámos assim. O que vale é que Costa pareceu divertir-se à grande e já prometeu que, para o ano, há mais...

3 comentários:

  1. AGORA QUE O INE E O EUROSTAT DIZEM QUE O DÉFICE DE 2017 É DE 3 POR CENTO, POR CAUSA DA INJEÇÃO DE CAPITAL NA CGD, MARIO CENTENO DIZ QUE ESTE CRITÉRIO ESTÁ ERRADO, É DE APENAS 0,9 POR CENTO DO PIB. AH AH AH

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  2. O seu comentário só prova que Centeno é tão oportunista quanto os predecessores a mudar de critério, conforme o que lhe convém. Concretamente, sobre o texto acima, sobre as "marteladas" e a implícita desonestidade de José Gomes Ferreira, que é que o anónimo tem mesmo a dizer?

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  3. Pelos vistos, não tem nada a dizer.

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