A Gronelândia tem uma área de 2.166.000 km² (24 X a área de Portugal) mas é povoada apenas por uns 56.000 habitantes (menos de ¼ da população da Madeira), o que a torna o território menos densamente povoado do Mundo. Esta informação estatística perfeitamente supérflua é complementada com a da sua distribuição, que se concentra predominantemente na costa ocidental, a costa que está orientada para o continente americano, conforme se pode perceber pelo mapa acima. É uma informação que, não inflamando as redes sociais, não deixa de ser surpreendente, já que a quase totalidade das referências históricas à Gronelândia a conectam com a sua descoberta e tentativa de colonização pelos povos nórdicos entre os séculos X e XV, uma história trágica, já que a colonização veio a fracassar ao fim de 500 anos por causas ainda hoje discutidas, só vindo a ser retomada num outro fôlego e com melhores meios materiais a partir do século XVIII. Na actualidade, ao contrário do que aconteceu na Islândia (que era deserta e onde a população moderna é de ascendência nórdica) e apesar do território continuar a ser uma dependência da Dinamarca, cerca de ⅞ da população da Gronelândia é de ascendência inuíte.
Nao sei bem porque mas tinha ideia que era a mongolia o pais menos densamente povoado do mundo.
ResponderEliminarQuanto a colonizacao humana prevalecente na costa oeste faz todo o sentido quando se analisa as cartas climaticas do territorio.
As redes sociais no meu conhecimento pessoal so se lembram da gronelandia para negar o aquecimento global porque lhe chamaram terra verde em ingles e presumivelmente no idioma nordico tambem e porque quando foi descoberta pelos nordicos era uma qualquer selva luxuriante... nao ha pachorra.
Mantenha a ideia que a Mongólia é o país menos densamente povoado do Mundo porque está correcta: a Gronelândia não é um país, mas somente um território autónomo da Dinamarca.
ResponderEliminarEncontrei uma boa narrativa explicando a degradação das condições da colónia escandinava nos 500 anos em que ela perdurou em Collapse, How Societies Choose to Fail or Survive de Jared Diamond.
Mas "as redes sociais" também não costumam ler livros, aliás, "estar-se nas redes sociais" parece-me ser cada vez mais um substituto em vez de ler livros...
Nao discordando necessariamente do terceiro paragrafo faco apwnas notar que os livros desde a sua invencao tem tido imensos substitutos... e no entanto subsistem
EliminarE são para subsistir. Mas, o que estas novas tecnologias mostraram é que, para além daquelas senhoras que, antigamente, eram conhecidas por comprarem livros a metro, com lombadas bonitas para enfeitar as estantes, têm como colegas na hipocrisia das leituras, imensas pessoas que, comprando os livros, transformam o gesto no equivalente da sua leitura.
EliminarUma maneira interessante de separar leitores dos "outros" é perguntar-lhes à queima roupa qual o livro de cabeceira: o dos "outros" é sempre uma obra pomposa e referenciada, estilo Os Irmãos Karamazov do Dostoievski; o dos verdadeiros leitores é frequentemente um livro de somenos importância, que é preciso algum detalhe para explicar do que se trata.