09 setembro 2010

O PÁRA-QUEDAS DOURADO DA ESMERALDA

Na TSF continua a cultivar-se o estilo tradicional, associando o alarmismo à estupidez quando se anunciam as notícias da manhã, indicador provável que quem trabalha naquela estação e tem miolos não gosta de se levantar cedo… Uma das parvoíces de hoje era a queda de dois lugares (para 46º) de Portugal num Relatório de Competitividade anual que foi elaborado por uma organização chamada Fórum Económico Mundial¹.

As explicações adicionais são à TSF: O estudo analisa quase 140 países e classifica-os de acordo com factores como a saúde, o ensino, a inovação ou a eficácia do mercado de trabalho e neste último, (…), Portugal está muito mal classificado. Ou seja, nada é dito sobre os critérios ideológicos dos factores escolhidos, nada é dito sobre quem compõe o júri e, mais escabroso que isso, vamos logo ao verdadeiro assunto da agenda: os despedimentos.
E a estupidez adensa-se: “A eficiência do mercado de trabalho, (…), é o principal calcanhar de Aquiles da economia portuguesa, como explica Esmeralda Dourado (acima), presidente do (…) parceiro em Portugal do Fórum Económico Mundial (que) entende que este resultado fica a dever-se às leis laborais e acredita que para melhorar a eficácia no mercado de trabalho, Portugal tem de avançar para uma reforma da legislação.”

Deixando-nos dos eufemismos do significado dessa tal reforma da legislação, todo este discurso é uma palhaçada da parte de Esmeralda Dourado, pois é sabido que o seu contrato de trabalho possui uma daquelas cláusulas de rescisão de vários milhões (chamadas pára-quedas dourados) para a eventualidade de um dia o seu patrão (João Pereira Coutinho) decidir melhorar a eficácia do mercado de trabalho entre os gestores de topo no Grupo SAG

¹ Como se pode ler numa síntese do próprio relatório (pág. 27), Portugal foi classificado quatro lugares depois da Espanha e dois adiante da Itália, entre a Eslovénia e a Lituânia, uma classificação dificilmente surpreendente...

3 comentários:

  1. Também ouvi essa peça ontem, e fiquei de facto a pensar na acefalia de quem dá um noticia daquelas. Ou não... Mas a verdade é que se passa muita ideologia por noticia, quando toca às noticias económicas.

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  2. Sem discordar do que escreveu, gostaria de acrescentar que, no meu conceito, dar aquela notícia ou dar uma notícia qualquer, pressupõe a compreensão do seu conteúdo assim como as intenções das fontes dessa notícia.

    Não me parece que seja o caso, como não me parece que seja frequentemente o caso da TSF matinal, aquilo não são notícias "dadas", são notícias "passadas adiante"...

    E, já que falou de notícias económicas, são passadas adiante sem "valor acrescentado".

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  3. Julgo mesmo que o páraquedas dourado já está colocado nas costas. Falta mesmo só o empurrãozinho para fora do avião...

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