31 agosto 2017

UM ANO DEPOIS DO GOLPE QUE NÃO IA TER...

31 de Agosto de 2016. Aqui deste lado do Atlântico aprendi mais alguma coisa sobre política brasileira neste último ano. Em primeiro lugar, aprendi a deixar de me impressionar com a assertividade das proclamações, que ela não conta para nada naquele país. «Não Vai Ter Golpe» foi um excelente slogan, mas revelou ser apenas um bluff. Em segundo lugar, a prometida retaliação dissuasora na pessoa do sucessor Michel Temer conta agora com 17 meses de curso e não se vê fim à vista. Finalmente, estou curioso por descobrir se a destituição de Dilma Rousseff se processou realmente tão ao arrepio da vontade popular, como então se fez crer. Qual será a intensidade da renovação a que o eleitorado brasileiro vai proceder nas próximas eleições para o Senado e Câmara que destituíram a presidente? Recorde-se abaixo que a votação do Senado exigia uma maioria qualificada de ⅔ e que a superou com ¾ dos votos dos senadores.

9 comentários:

  1. Dilma Rousseff foi possivelmente a pior presidente do Brasil. Os senadores e deputados brasileiros também contribuíram para esse terrível regime cleptocrático brasileiro. A maldição do Brasil é ter sucessivos governos corruptos e incopetentes.

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  2. Dilma Rousseff está muito longe de ter sido a pior presidente do Brasil. Lembre-se Collor de Melo para não ir mais ao passado. Convém ter cultura e memória antes de fazer classificações destas.

    Foram OS BRASILEIROS, ao elegerem estes «senadores e deputados (...) (que) contribuíram para esse terrível regime cleptocrático (...)». As eleições livres e democráticas servem para eleger os representantes do povo.

    Se o povo brasileiro escolhe se representar por um palhaço tiririca com mais de um milhão de votos está no seu direito. Não se pode dizer depois que escolheu mal, tanto mais que o homem até já foi reeleito.

    «A maldição do Brasil é ter (elegido) sucessivos governos corruptos e incompetentes». Não é maldição, é da sua responsabilidade e da sua natureza.

    Em Democracia, não tem como empurrar as responsabilidades para os outros, que «a maldição do Brasil" é que seu povo não dá valor ao crime que é a corrupção. Tudo o que se fala a esse respeito é só da boca para fora.

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  3. Com certeza a pior, só não foi pior do que Lula da Silva

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  4. Lula também foi eleito pelo voto dos brasileiros.

    Só têm direito a queixarem-se dos generais. Esses é que ninguém escolheu.

    Mesmo que esta pessoa que comenta não saiba aceitar as regras da Democracia, a Democracia tem a virtude de, ainda assim, contar com o voto dele, mesmo que mostre ser um idiota.

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  5. Democracia no Brasil?
    Infelizmente possuímos um histórico de de eleições fraudadas, nossas urnas eletrônicas não são confiáveis.
    Além de nosso sistema proporcional para votação de deputados federais, em que apenas 1 em cada 3 votos representam a real escolha dos eleitores. Nossa proporção de Senadores não e correspondente a população, tendo regiões muito pouco populosas com maior representação do que as mais ricas e populosas do Brasil. Portanto, não somos devidamente representados como população em relação aos votos.
    Nosso sistema eleitoral é tão corrupto quanto o sistema político. Gosto do sistema democrático, mas isso não existe no Brasil, seja na esquerda, centro ou direita. Nosso país está sempre nas mão dos amigos do rei...Infelizmente...
    Collor foi realmente péssimo, mas pelo menos abriu a economia brasileira, que era extremamente protecionista e não endividou tanto o país como a Dilma, estamos em uma situação péssima por aqui, tendo que pagar a conta pelos desmandos de sucessivos governos.
    Saudações e obrigado pelo diálogo.

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  6. "Democracia no Brasil?" Exacto. Pelo menos dá para você ficar chateado por ver aquele em quem você votou a não ser eleito. No tempo dos generais é que eles não se chateavam, já que era sempre eleito o da Arena, aquele que os generais queriam.

    Nisso estou de acordo consigo, há por aí um histórico de eleições fraudulentas, não precisa culpar o voto electrónico. No tempo do Collor, tenho a impressão que ele ganhou limpo (era "o outro" que não o Lula...) e não tinha voto electrónico.

    Lamento muito ter de explicar para você que a distorção da representação parlamentar se deve ao facto do Brasil se conceber como uma federação de estados aos quais se confere a mesma representação. Aquilo que é bom para os Estados Unidos pode não ser bom para vocês. Se quiserem regressar ao estatuto unitário do tempo do império de sua majestade D. Pedro II sintam-se à vontade.

    O sistema político, quando o sistema eleitoral é livre (e no Brasil, por muito que vocês brasileiros se lamentem, é livre!) é aquilo que os eleitores querem que ele seja. Tomemos o exemplo do Tiririca: eu até posso achar engraçado que se eleja por uma vez um palhaço para "dar uma estalada" à classe; agora reelegê-lo? Para quê, se a lição já foi dada... e desaproveitada.

    Uma coisa é certa: se o Brasil "está sempre nas mãos dos amigos do rei", já ficou provado que não é por ir para as mãos dos generais que "muda de mãos", o que acontece é que o "rei" passa a ter galões. E não deixa de ter corrupção, ao contrário das fábulas que agora se contam. Todo mundo já esqueceu o Maluf?

    "Collor foi realmente péssimo, mas pelo menos..." Isto é a versão retocada do argumento político mais tipicamente brasileiro que eu conheço: «Rouba mas faz...», como se a alternativa fosse roubar sem fazer. E que tal imaginar o que poderia ter sido feito para bem de todos com aquilo que foi roubado?...

    Apesar da discordância creia que é sempre um prazer, para variar, discordar de alguém que tem uma identidade, que dá o seu nome pelas suas opiniões.

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  7. Foi um prazer para mim também, senhor Teixeira.
    Não sou um defensor dos militares no poder, mas muitos, e digo novamente, muitos compatriotas mais velhos que eu, adoram e louvam pelos militares. Sendo o próprio Maluf, um integrante do antigo "Arena", defensores dos militares. Hoje esse criminoso é deputado federal, se não o fosse, poderia estar na cadeia, mas devido ao foro privilegiado...
    Quanto as nossas urnas, a empresa que as gerencia, Smartmatic, é a mesma que gerencia as urnas na Venezuela, que não possibilitam recontagem. Muitos por aqui defendem que as urnas emitam um comprovante impresso para contatação dos votos. Se hackers invadem sistemas tão avançados quanto do Pentagono, imagina do nosso STE.
    Quanto oa Tiririca, realmente é uma vergonha... O pior que ele é usado para atrair votos de protesto e de ignorastes, assim, com o voto proporcional, ele leva para o plenário mais cinco ou quatro deputados que quase não receberam votos. Muitos partidos fazem isso por aqui, usando figuram famosas para atrair votos. Muitos desse "famosos" quase não conseguem fazer nada no congresso por não terem poder nos partidos políticos.
    Quanto a nosso sistema político, está em discussão no legislativo, propostas de mudanças, mas a tendencia até então e de uma reforma que troca seis por meia dúzia.
    Não sou um especialista no assunto, mas acho que as raízes de nossos problemas políticos está na péssima educação que possuimos. A maioria de nós brasileiros, somos analfabetos funcionais, com pouca ou ruim educação, mesmo em universidades. A Democracia necessita, a meu ver, uma população esclarecida, pois sem isso, é muito fácil o eleitorado ser seduzido por propostas populistas. Esse não é uma mal que só aflige o Brasil, mas a América Latina. Por isso, infelizmente, oscilamos entre regimes populistas ou autoritários. Mas espero que isso mude, e possamos ser mais competentes e esclarecidos para ditar nossos próprios rumos.
    Obrigado pela atenção, visito seu blog já a alguns anos, gosto muito dele.

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  8. Obrigado pelos elogios.

    Tenho a impressão que o problema de fundo não radica na "péssima educação" que os brasileiros possam possuir. Tem a ver com a atitude perante a ignorância.

    Da minha experiência, uma apreciável maioria de brasileiros não conhece o seu hino nacional, não sabe a letra, não sabe o que as palavras significam, fica com uma atitude constrangida quando se evidencia o facto.

    Mas se, daí por uns tempos, voltar a ser confrontado com o mesmo problema, a situação permanecerá na mesma, porque não foi a vergonha que passou que o dispôs a aprendê-lo. Ora isso não tem a ver com ignorância, tem a ver com a atitude para com a ignorância.

    É por isso que é mais fácil culpar os políticos do que fazer a autocrítica que se impõe - alguém os elege, aos políticos.

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