06 julho 2014

A JUDIARIA DE PARIS

Tirado há uns oitenta anos, o retrato desta vendedora dá-nos uma outra imagem da Paris de entre-guerras que os franceses desde sempre pretenderam ter sido cosmopolita e integradora: o cartaz afixado na parede escrito em iídiche e empregando o alfabeto hebraico demonstra-nos que a fotografia foi feita num bairro onde ele seria correntemente compreendido com vantagem sobre o francês, como se se tratasse de uma judiaria parisiense em pleno século XX (a fotografia foi tirada algures entre 1934 e 1938 por Fred Stein).

2 comentários:

  1. Não percebi bem a conclusão que tira disso. Se hoje for a Nova Iorque encontra, em muitos bairros, cartazes comerciais em chinês, coreano, espanhol, etc.

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  2. Então eu explico: muitas das cidades norte-americanas viradas para o exterior e não apenas Nova Iorque (estou a lembrar-me de São Francisco), orgulham-se e até promovem turisticamente os seus bairros étnicos baptizados com nomes conforme: Chinatown, Little Italy, etc.

    As cidades europeias, muitas delas milenares, têm - pelo menos tinham até meados do Século XX - uma tradição diferente, integradora. Se alguns dos seus bairros tinham um nome que remetia para uma etnia distinta era apenas por razões históricas: ninguém estava à espera de encontrar mouros na Mouraria em Lisboa, por exemplo... muito menos cartazes escritos em árabe.

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