26 agosto 2013

OS LIMITES DO DESCARAMENTO

Este cartaz de propaganda, onde se vêem traços identificativamente soviéticos, representa Aleksandr Lukashenko, o presidente da Bielorrússia nos últimos dezanove anos (possivelmente para durar, que o homem ainda não fez 60 anos…), a renegar veementemente um suborno norte-americano (note-se a chapinha com a star and stripes no pulso do oferente destinado àqueles que não concluíssem o óbvio das notas de dólar…), enquanto na legenda se pode ler que Não! A Bielorrússia não está à venda… É verdade que boa parte da hostilidade que no Ocidente se manifesta para com Lukashenko e o seu regime se deverá, muito provavelmente, ao facto deste não ter aberto a economia (eufemismo para privatização) bielorrussa à iniciativa privada. E que os países estão no direito de se preservar dessa interferência exterior que só beneficia as economias mais pujantes.

Mas enganam-se também aqueles que se disponham a aproveitar o episódio para o reinventar de acordo com cânones políticos que desapareceram: Lukashenko pode passar por anticapitalista, pode invocar o nacionalismo, poder-se-á opor à interferência de outros capitalistas mas convêm que se saiba que ele se tornou, simultaneamente, no maior multimilionário da Bielorrússia, com uma fortuna pessoal estimada em 7.000 milhões de €uros…em 2006. É caso para dizer, regressando à mensagem (que se percebe agora) indecente no cartaz inicial, que bem pode ele aparecer ali a renunciar aos subornos do capital norte-americano quando pessoalmente já terá roubado que chegasse ao seu próprio povo…

1 comentário:

  1. Parece-me um exagero! Governante não rouba, serve-se...
    Se assim não fosse, as prisões tinham muito mais clientes!

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