24 abril 2011

FOI PARA AÍ SETE E PICO, OITO E COISA, NOVE E TAL

Está escrito em tudo o que é Manual de Acção Política que as noticias inconvenientes devem chegar ao conhecimento da opinião pública quando esta última estiver o mais distraída possivel. Deve ser porque as contas públicas portuguesas afinal não são nada transparentes e porque há mesmo esqueletos no armário, precisamente ao contrário do que proclamava o ministro Pedro Silva Pereira há menos de duas semanas atrás (acima), que se escolheu precisamente o meio do fim-de-semana prolongado da quadra pascal para se dar a notícia que o deficit das contas públicas de 2010 sofreu uma revisão adicional em alta, passando a cifrar-se agora em 9,1% do PIB…

Recorde-se que o valor inicialmente anunciado para aquele deficit havia sido de 6,8% e que ele tem vindo a subir progressivamente até estes 9,1%, reflectindo, quer no rigor da atitude, quer nos próprios números envolvidos, o refrão de uma famosa canção popular portuguesa (acima): Era p´ra aí sete e pico, oito e coisa, nove e tal… Contudo, há que reconhecer um fundo de verdade na bravata de José Sócrates que se pode ler abaixo: quanto a contas do Estado ainda está para vir um primeiro-ministro que faça melhor que ele! Depois disto, melhor do que ele mesmo só um primeiro-ministro que, com um deficit, ainda venha anunciar à opinião pública que se registou um superavit

6 comentários:

  1. Não perceber as alteração de critérios das estatisticas, e com isso fazer demagogia é uma boa técnica. Já agora, não foi o governo que aumentou o déficit, foram as agências de estatísticas por alterações de critérios de avaliação. As contas são as mesmas, mas não vale a pena exlicar mais nada a que apenas ouviu as teorias do líder paralamentar do PSD....Em conclusão dia 5JUN vote BE, os seus amigos do PSD e CDS agradecem...

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  2. Não percebo as alterações aos critérios das estatísticas e até aceito que haja diferenças. Mas para quem proclamou "urbi et orbi" que o défice ia ficar abaixo de 7% e agora ter sido corrigido para 9,1%, talvez não tivesse sido mal pensado explicar, ANTES das correcções, que iria haver mudanças e o que elas significavam. A pressa em dar boas notícias não deve exceder o razoável. Para todos os efeitos: "eram praí setipicos, oiticoisa novital..."

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  3. Assim como quem não quer a coisa (mas quer!) o conto do vigário vai tomando conta do país... e conta-se em votos.
    Haja FMI, já que não há vergonha!

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  4. Já é a segunda vez que aquele mesmo João do comentário lá de cima me preconiza que vote no BE, o que começa a ser repetitivo. Por outro lado, as “explicações” do João me pretendeu ali dar fazem-me lembrar quanto, se antigamente havia um ditado popular que dizia que “a ignorância é muito atrevida”, nesta era da internet e dos blogues, “a ignorância continua a ser muito atrevida mas ainda por cima tornou-se grosseira”.

    É que a forma como redigiu as suas “explicações” evidenciam que o João não faz a mínima ideia que a contabilidade (qualquer contabilidade e em qualquer parte do mundo) obedece a Princípios Elementares. E, neste caso, para que se pudesse fazer propaganda daquele deficit inicial de 6,8% do PIB na contabilização houve que optar por fazer “vista grossa” à aplicação dos Princípios da Prudência e da Especialização.

    Foram “opções” que têm vindo a ser corrigidas e a consequência está à vista (a subida do valor do deficit de 6,8 para 8,6 e agora para 9,1% do PIB), “cilindrando” entretanto a credibilidade de Teixeira dos Santos e de Pedro Silva Pereira. Aliás, é significativo que, em todos esses “ajustes” o governo reaja dizendo “umas coisas” (confortando as bases como o João) mas não se tenha atrevido a contestar tecnicamente as “rectificações”…

    Enfim, a explicação vai longa que hoje é Dia de Páscoa e época de bonomia, que eu nem sempre me disponho a dar tantas explicações a fedelhos convencidos (e ignorantes) da JS como o João…

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  5. Eu também me chamo João e sou capaz de propôr aos leitores para votarem no BE porque estamos a falar de uma pantomina.

    O pior é se começamos a falar a sério porque o século passado ensina-nos no que pode resultar os ataques anticapitalistas (inventando bodes expiatórios) misturados com ataques de nacionalismo (entenda-se "patriotismo").

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  6. Mas nem por isso deixo de dar razão ao BE nas PPP.

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