23 dezembro 2007

SIMETRIAS

Francisco José Viegas e José Pacheco Pereira serão os dois autores mais emblemáticos da blogosfera, daqueles que já saíam na televisão antes de saírem nos blogues, ao contrário da maioria dos restantes autores agora conhecidos, que seguiram o percurso inverso. É por causa dessa semelhança que se torna engraçado a atitude quase perfeitamente simétrica dos dois a respeito das questões recentes envolvendo o submundo portuense.
De um lado, com excepção daquelas raras (e extensas...) análises sociológicas das bases do PSD, nunca o Abrupto e o seu autor deverão ter dedicado tanta atenção a assuntos tão prosaicos, envolvendo gente tão plebeia, de uma reconhecida baixa craveira intelectual, como são os casos de Carolina Salgado ou dos vários dirigentes da claque dos Super Dragões. Só falta vir-se a descobrir que José Pacheco Pereira até já sabe quem é o Emplastro!...
Do outro lado, o cantinho do hooligan de A Origem das Espécies parece ter-se encolhido bastante nos últimos tempos enquanto a capacidade de indignação de Francisco José Viegas parece ter-se esgotado em todas as malfeitorias perpetradas nos últimos meses por Lula da Silva… Ou como o criador do detective Jaime Ramos poderia dizer, no seu estilo distintamente cosmopolita: ¡No pasa nada!, que aquilo à volta do FC Porto é tudo boa gente…

5 comentários:

  1. O primeiro é um intelectual a fazer uma travessia mais complicada do que a anterior, que o levou da AOC ao PSD, porque não se sabe qual será o próximo cais.
    Não espanta pois a sua conversão ao estilo "Correio da manhã" que é o que mais vende.
    O segundo é um arremedo de intelectual, de muito alimento, que se passeia de tacho em tacho, com ou sem tripas.
    Como escritor/comentador, é uma espécie de Carolina Salgado, em Homem evidentemente.

    Os dois peixinhos vão para o céu, se a gaivota que os pescar, voar bem alto.

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  2. Se a existência ou não de humor em José Pacheco Pereira é um dos enigmas deste nosso universo, equivalente ao do neutrinos, conforme escrevi 3 postes abaixo, a organização em que ele militou antes do 25 de Abril e durante o PREC é um dos seus mistérios, cuidadosamente preservado pelo próprio, e equivalente à descoberta das leis da física existentes no momento do “Big Bang”.

    Há inúmeras versões de qual terá sido essa organização, desde o MRPP à AOC que refere, algumas hipóteses foram desmentidas pelo próprio, mas a minha melhor aposta vai para o CMLP, uma organização mais discreta e anónima que as mencionadas, e cujo número de militantes deve ter coincidido com a totalidade dos membros do comité central…

    Curiosamente, se o estilo de José Pacheco Pereira parece ser muito mais sobranceiro que a afabilidade aparente de Francisco José Viegas, o que granjeia ao primeiro bastantes inimizades, o segundo atinge momentos que considero épicos de tanta petulância a pretender-se sofisticada, como num poste de hoje do seu blogue (contra o novo-riquismo) intitulado “Beluga, telemóveis e capital bancário”.

    Aprecio bastante os textos de qualquer dos dois e, apesar das aparências, considero-os muito semelhantes na substância, apesar de tentarem mostrar distanciamento de assuntos em que se engajam por razões bem prosaicas, como é o caso do assunto que menciono no poste: José Pacheco Pereira está do lado de Rui Rio, e Francisco José Viegas do outro lado…

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  3. Curiosamente, meus caros, não estou do outro lado. Muito antes de os senhores pensarem na distinção JPP/FJV, eu já tinha escrito várias vezes em apoio de Rui Rio. Espero não os ter molestado, podem continuar a falar sobre Carolina Salgado. Obrigado a ambos. F.J.V.

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  4. Tenho que agradecer sinceramente o comentário aqui inserido por Francisco José Viegas, demonstrando, muito melhor do que poderiam fazer as minhas explicações, o que entendo por “afabilidade aparente”.

    Assim, “caros dele”, Francisco informa-nos que não está do outro lado que muito antes de “os senhores pensarem” (deve ser um pensamento tão profundo que o autor do poste não conseguirá ter lá chegado individualmente…) na distinção JPP/FJV (a ideia era realçar também a semelhança…) ele já havia escrito várias vezes em apoio de Rui Rio (suponho que o que eu pretendia que fosse a questão central era o que ele – não – havia escrito desta vez…).

    Simpaticamente, faz votos de não nos ter molestado (por quem sois – mas, perdoar-me-á a pergunta, a mim e a mais quem?), e deixa-nos um encorajamento para continuar a falar de Carolina Salgado (será ingenuidade minha supor que isto poderá ser lido como um compromisso que de Pidá da Ribeira e da restante “rapaziada” se encarregará ele?...) e termina agradecendo. A ambos.

    Falando apenas por mim, eu é que agradeço. Ser assim irónico com laivos de sofisticação, traz-nos a mesma satisfação – que se suporta bem uma vez por outra – de nos passearmos de smoking e camisa de seda para uma ocasião…

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  5. Aproveito a ocasião para, além de formular os tradicionais votos de Feliz Natal, assinalar a coincidência do aparecimento de um poste em A Origem das Espécies intitulado “Uma Vida Violenta” transmitindo uma opinião do autor do blogue sobre alguns aspectos dos últimos episódios envolvendo o submundo portuense…

    É uma opinião com a qual se discorda ou concorda, mas é sobretudo uma opinião cujo aparecimento se saúda… Ao contrário do que me pareceu ser a interpretação de Francisco José Viegas no comentário acima, aquelas bolhinhas de ar a sair do rabo do peixinho que assobia não se referem às varias vezes que ele “tinha escrito em apoio de Rui Rio”…

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