13 maio 2006

UM FREI TOMÁS DE SOMBRERO

O México tem um presidente, Vicente Fox de seu nome, conhecido por usar umas botas castiças de vaqueiro e por ter trabalhado para a Coca-Cola Company, o que deve fazer dele um paladino do liberalismo.

Pelo menos isso se deve julgar; foi um dos chefes de estado que, na recente cimeira de Viena, entre os líderes da União Europeia e da América Latina, mais se destacou nas censuras à Venezuela e à Bolívia, nomeadamente à decisão recente do presidente boliviano Morales de nacionalizar os seus recursos energéticos.

O que Fox se deve ter esquecido, provavelmente por distracção, é que Morales está a tomar uma atitude (criticável, segundo os seus comentários) idêntica à que o seu longínquo antecessor Lázaro Cárdenas tomou em 1938, quando nacionalizou os petróleos mexicanos às companhias estrangeiras e fundou a PEMEX (Petróleo Mexicanos), a actual monopolista mexicana do sector.

Pode ter sido a antiguidade do acontecimento (68 anos!), a responsável pelo lapso, mas é conveniente que o presidente mexicano recupere intelectualmente alguma agilidade, o que é, aliás, o apanágio de um dos seus compatriotas mais famosos: Speedy Gonzalez.

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