Consta que Georges Simenon (1903-1989), o famoso escritor belga universalmente conhecido como o autor dos inquéritos do Comissário Maigret, não gostava de escrever as histórias policiais que lhe traziam tanta fama e tanto proveito. Até ao fim da sua vida, Simenon sempre ficou com a amargura de que o reconhecimento lhe vinha das obras que ele não gostava de produzir.
Não sei até que ponto esta versão corresponderá rigorosamente à realidade, mas é notório que, ao longo dos mais de 40 anos que duram ao inquéritos de Maigret, houve várias tentativas para os encerrar, vindo a ser retomados passado um hiato de vários anos. No fim da sua carreira, parece que Simenon se resignou ao ritmo de escrever um Maigret por ano, aproximadamente.
O exemplo de Simenon, reconhecido simultaneamente como um excelente escritor de língua francesa e um escritor popular, com mais de 500 milhões de exemplares de livros seus vendidos, ocorreu-me a propósito da recente controvérsia sobre a literatura light e da crítica a tal estilo literário, envolvendo Margarida Rebelo Pinto, a sua editora e João Pedro George, um crítico literário.
Sugiro que este último siga o exemplo e atinja a sua superioridade moral de Simenon quando menosprezava a literatura popular, escrevendo um livro de literatura light e publicando-o sob um pseudónimo. Aos 15.000 exemplares vendidos poderá expor a fraude e os direitos de autor poderão ir para obras de assistência. Pelo exemplo, não precisará de dizer mais nada sobre a simplicidade e a menoridade de tal estilo.
Assim como está, arrisca-se sempre a que, quando João Pedro George aborda o assunto Margarida Rebelo Pinto, encontremos no ar a suspeita do odor discreto do despeito…
Não sei até que ponto esta versão corresponderá rigorosamente à realidade, mas é notório que, ao longo dos mais de 40 anos que duram ao inquéritos de Maigret, houve várias tentativas para os encerrar, vindo a ser retomados passado um hiato de vários anos. No fim da sua carreira, parece que Simenon se resignou ao ritmo de escrever um Maigret por ano, aproximadamente.
O exemplo de Simenon, reconhecido simultaneamente como um excelente escritor de língua francesa e um escritor popular, com mais de 500 milhões de exemplares de livros seus vendidos, ocorreu-me a propósito da recente controvérsia sobre a literatura light e da crítica a tal estilo literário, envolvendo Margarida Rebelo Pinto, a sua editora e João Pedro George, um crítico literário.
Sugiro que este último siga o exemplo e atinja a sua superioridade moral de Simenon quando menosprezava a literatura popular, escrevendo um livro de literatura light e publicando-o sob um pseudónimo. Aos 15.000 exemplares vendidos poderá expor a fraude e os direitos de autor poderão ir para obras de assistência. Pelo exemplo, não precisará de dizer mais nada sobre a simplicidade e a menoridade de tal estilo.
Assim como está, arrisca-se sempre a que, quando João Pedro George aborda o assunto Margarida Rebelo Pinto, encontremos no ar a suspeita do odor discreto do despeito…
Eu também me conto entre os grandes apreciadores do Comissário Maigret. E confesso que gosto mais das histórias policiais em que Maigret participa do que nas outras obras escritas por Simenon, que considero, aliás, um grande escritor em francês.
ResponderEliminarO que pretendo destacar, indo buscar o exemplo de Simenon, é que é possível compatibilizar uma excelente qualidade de escrita com a popularidade. Mais do que isso, mesmo na hipótese de lhe dar menos prazer escrever obras com a participação do Comissário Maigret, continuou a fazê-lo e os resultados mostravam a mesma qualidade.
Ora, quando JPG critica, menoriza e rebaixa o estilo de MRP sugiro-lhe que seria muito mais simples e decisivo fazê-lo demonstrando como aquele estilo é fácil de copiar. Nem todas as obras de um escritor podem ser obras primas mas, quando alguém se aplica e tem qualidade (como Simenon), produz algo de qualidade.
Também sou um incondicional. Ambos sabemos que a bebida de Maigret ia variando conforme os inquéritos: ao seu Calvados posso retribuir-lhe com um Marc?