Uma das limitações da nossa dimensão de paróquia é que nos contentamos com um especialista por assunto. A ausência de rivalidade é uma frustração para aqueles que, de entre nós, são mais competitivos, como se queixa Maria Filomena Mónica, mas esses casos são minoritários, porque o estatuto de especialista único é algo muito cobiçado.
Tomemos o exemplo de Paula Bobone, que um belo dia descobrimos especializada em etiqueta e boas maneiras, por obra e graça de nem sei bem quem. Ainda me lembro da jornalista de TV que cobria o lançamento do seu primeiro livro (e sucesso) lhe perguntar – bem! – pela bibliografia que a autora havia consultado para aquele livro.
A expressão fisionómica da autora quando respondeu – mais do que a resposta: imensa, imensa… – foi emblemática da pertinência que a autora atribuiu à pergunta e sobre o que verdadeiramente pensa da consulta de bibliografia para escrever sobre o assunto em que hoje está aceite que domina o panorama português: a etiqueta e boas maneiras.
Há raras ocasiões de felicidade em que coexistem simultaneamente dois especialistas. A paróquia rejubila com a competição entre os dois e até os acicata se necessário for. Ter um Carlos Lopes e um Fernando Mamede não tem piada nenhuma se não houver uma rivalidade evidente entre os dois. O nosso interesse na competição entre os dois heróis da paróquia sobrepõe-se à deles versus os restantes especialistas mundiais.
E depois há as categorias em que todos somos especialistas. Quase se tornou sinónimo de falta de consciência cívica não ter opinião sobre os escolhidos da convocatória de Scolari, por exemplo. E não há como um nativo da paróquia para se flagelar sobre as fraquezas portuguesas. Por isso, não se percebe de todo a necessidade de um título como este,
Tomemos o exemplo de Paula Bobone, que um belo dia descobrimos especializada em etiqueta e boas maneiras, por obra e graça de nem sei bem quem. Ainda me lembro da jornalista de TV que cobria o lançamento do seu primeiro livro (e sucesso) lhe perguntar – bem! – pela bibliografia que a autora havia consultado para aquele livro.
A expressão fisionómica da autora quando respondeu – mais do que a resposta: imensa, imensa… – foi emblemática da pertinência que a autora atribuiu à pergunta e sobre o que verdadeiramente pensa da consulta de bibliografia para escrever sobre o assunto em que hoje está aceite que domina o panorama português: a etiqueta e boas maneiras.
Há raras ocasiões de felicidade em que coexistem simultaneamente dois especialistas. A paróquia rejubila com a competição entre os dois e até os acicata se necessário for. Ter um Carlos Lopes e um Fernando Mamede não tem piada nenhuma se não houver uma rivalidade evidente entre os dois. O nosso interesse na competição entre os dois heróis da paróquia sobrepõe-se à deles versus os restantes especialistas mundiais.
E depois há as categorias em que todos somos especialistas. Quase se tornou sinónimo de falta de consciência cívica não ter opinião sobre os escolhidos da convocatória de Scolari, por exemplo. E não há como um nativo da paróquia para se flagelar sobre as fraquezas portuguesas. Por isso, não se percebe de todo a necessidade de um título como este,
publicado no Diário Económico de hoje (26/05/06). Qual a necessidade de ir arranjar um consultor estrangeiro para dizer coisas deprimentes acerca de nós mesmo? Só mesmo no jornal do Martim é que se iam lembrar disto…
Recomendo o artigo sobre a Casa da Música da última revista Atlântico, da autoria de Maria Filomena Mónica. Sim, talvez fosse de esperar uma coisa do género da referida revista. E não tem nada a ver com este post que estou a comentar, mas lembrei-me por causa da referência que é feita à dita autora (Maria Filomena Mónica). É um artigo simplesmente inacreditável.
ResponderEliminarbeijinhos,
Ana Luísa