Nem de propósito, ontem, enquanto postava sobre France Gall e o Festival da Eurovisão de 1965, decorreu o de 2006 que, descobri depois, veio a ser ganho por uns senhores da Finlândia, com um aspecto grunho, muito pouco recomendável: A Bela e os Monstros, apartados por 41 anos. Mesmo de longe, tem sido engraçado acompanhar a evolução que o Festival tem vindo a sofrer ao longo dos anos. Desde o de 1965, que pode servir de exemplo perfeito de como era a cultura dominante do início. A frequência era a das boas famílias europeias dos bairros chiques (uma espécie de bairros do Restelo ou da Foz da Europa – os países da CEE original) e onde países como Portugal (e a Espanha) participavam quase a fazer figura de penetra. Actualmente, até já há eliminatórias porque o certame se democratizou e não comporta a inclusão simultânea de todos os países concorrentes e os países suburbanos (Lituânia, Turquia, Chipre, Israel) participam e, ousadamente, atrevem-se mesmo a vencê-lo! Claro que, entre a assistência dos países veteranos, é dominante a opinião que o Festival já não tem o glamour de outrora! É sabido que, na ausência de razões objectivas, a adopção de uma atitude snob assume uma importância determinante! Bem fazia Groucho Marx, que afirmava, sem receio do paradoxo, que não lhe interessava fazer parte de um clube selecto, que baixasse tanto os critérios de exigência nas admissões, que o aceitassem a ele como sócio…
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