Por muito que Abel Mateus tente transportar o debate sobre a concentração bancária em Portugal para o campo estrito das abstracções, é evidente que qualquer opinião que se emita agora, quando existe uma OPA do BCP sobre o BPI, é sempre considerada à luz da disputa que se trava entre os dois bancos.
Mesmo assim, sendo Mateus o responsável por um organismo que supervisiona os aspectos da concorrência em Portugal e tendo tido de antemão uma ideia conceptual sobre o modelo desejável para a forma como opera a nossa actividade bancária, quis torná-la conhecida publicamente.
Em síntese, será de considerar uma atitude de Abel Mateus que está no limiar da fronteira da pertinência embora esteja muito para lá dela no que diz respeito à oportunidade. Muito menos compreensível é a intervenção, claramente de opinião contrária, por parte do governador do Banco de Portugal (BP), Vítor Constâncio.
Parece ser o tipo de situação em que Constâncio se arrisca a perder em todos os tabuleiros em qualquer que seja o desfecho. Em primeiro lugar porque contradizer Mateus representou desde logo um abaixamento do seu estatuto. Depois porque as condicionantes apontadas para Mateus também se lhe aplicam, por maioria de razão.
Se, como vimos, a intervenção de Mateus foi inoportuna e pertinente, a resposta de Constâncio não pode ser nem uma coisa, nem outra. Com a agravante de vir cá abaixo confrontar a sua credibilidade com alguém que, estando no simpático lugar do mais fraco, pode alegar que apenas estava a fazer o seu trabalho.
Em condições normais, havia aqui uma mini disputa de credibilidades, em que Constâncio só podia ganhar (con)vencendo, mas que perderia noutro qualquer cenário. Só que Constâncio é também o governador dos 6,82% de défice, e tornou-se num alvo político depois e por causa disso.
Desacreditá-lo poderá servir para atacar Sócrates e o governo. E o inverso – um incumprimento dos objectivos do défice por parte do governo – pode funcionar também de forma inversa, lesando a imagem de Constâncio. São tempos em que o governador tem de ter cuidados redobrados onde põe os pés.
Mesmo assim, sendo Mateus o responsável por um organismo que supervisiona os aspectos da concorrência em Portugal e tendo tido de antemão uma ideia conceptual sobre o modelo desejável para a forma como opera a nossa actividade bancária, quis torná-la conhecida publicamente.
Em síntese, será de considerar uma atitude de Abel Mateus que está no limiar da fronteira da pertinência embora esteja muito para lá dela no que diz respeito à oportunidade. Muito menos compreensível é a intervenção, claramente de opinião contrária, por parte do governador do Banco de Portugal (BP), Vítor Constâncio.
Parece ser o tipo de situação em que Constâncio se arrisca a perder em todos os tabuleiros em qualquer que seja o desfecho. Em primeiro lugar porque contradizer Mateus representou desde logo um abaixamento do seu estatuto. Depois porque as condicionantes apontadas para Mateus também se lhe aplicam, por maioria de razão.
Se, como vimos, a intervenção de Mateus foi inoportuna e pertinente, a resposta de Constâncio não pode ser nem uma coisa, nem outra. Com a agravante de vir cá abaixo confrontar a sua credibilidade com alguém que, estando no simpático lugar do mais fraco, pode alegar que apenas estava a fazer o seu trabalho.
Em condições normais, havia aqui uma mini disputa de credibilidades, em que Constâncio só podia ganhar (con)vencendo, mas que perderia noutro qualquer cenário. Só que Constâncio é também o governador dos 6,82% de défice, e tornou-se num alvo político depois e por causa disso.
Desacreditá-lo poderá servir para atacar Sócrates e o governo. E o inverso – um incumprimento dos objectivos do défice por parte do governo – pode funcionar também de forma inversa, lesando a imagem de Constâncio. São tempos em que o governador tem de ter cuidados redobrados onde põe os pés.
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