10 maio 2006

PELO MENOS…

Gostando nós tanto de nos lamentar, convém contudo reconhecer que parece que já batemos no fundo e já estamos a vir para cima no que respeita à nossa auto-estima colectiva enquanto povo.

É que houve uma altura em que parecia que ninguém nos queria dirigir, aos portugueses: foi Guterres, depois Barroso, depois Santana Lopes (esse até queria, infelizmente…), uma sequência tutelada por Sampaio, um gajo porreiro, benevolente demais.

É evidente que, ironias da democracia, a responsabilidade é colectivamente nossa, porque demonstrámos uma patente falta de jeito nas escolhas que fizemos. Num mundo ideal, as ambições dos homens dever-se-iam conjugar com as ambições dos povos que dirigem. Mas não é assim.

Os problemas que nos afectam continuam aí, diagnosticados há mais de uma década – nunca nos podemos queixar de carências a esse respeito – e à procura de quem se responsabilize pela implementação de medidas que os corrijam.

Não sendo um adepto incondicional nem do estilo de um, nem de outro, espero que esta dupla Cavaco-Sócrates, a quem se costuma prognosticar um futuro tumultuoso, não se venha a desfazer inesperadamente por um K.O. técnico de um dos intervenientes.

Pelo menos, julgo reconhecer que em nenhum deles – embora possa sempre haver surpresas – existem traços de carácter que afectem de uma forma substantivamente negativa, como aconteceu com os seus antecessores, o desempenho dos altos cargos que ambos ocupam.

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