Há 45 anos o professor Salazar queria que fossemos para Angola rapidamente e em força. São poucos os que recordam hoje o episódio e ainda menos aqueles que se aperceberam que aquele foi um dos momentos significativos de grande mobilização nacional.
Depois de um arrependimento colectivo por tal mobilização e com um espírito muito mais experimentado em mobilizações, na sociedade portuguesa actual é capaz de haver quem se interrogue de que forma se pretenderá que, desta vez em 2006, vamos para Timor.
Da forma que o vetusto professor preconizava já não poderá ser. O depressa esvaiu-se depois de termos percebido que a atitude célere com que se convocaram os partidos, se falou com o presidente, se anunciou o envio da GNR, não passava disso mesmo: uma atitude, que saiu muito bem no telejornal, merece ser realçado.
Quanto à força, diz-nos a intuição de não especialistas que aquela centena e meia não poderá fazer nada de significantemente melhor do que o milhar e meio que os australianos já lá têm. E as notícias que de lá vêm é que a situação continua muito confusa, apesar da presença do contingente australiano.
Uma vantagem em relação ao tempo do professor Salazar é que hoje podemos debater em condições de liberdade o que é que é suposto a GNR ir para lá fazer, qual o âmbito da sua actuação e obter um retrato mais fiel da disputa política que se trava em Timor.
Já se percebeu que há um choque entre o governo e o presidente, que este último é o que tem a boa imprensa em Portugal – Xanana é um gajo porreiro por hipótese, até parece um jogador da selecção nacional - e que os arruaceiros que tem causado as destruições em Dili parecem filhos de pai incógnito: não são de um lado, nem doutro.
Entendamo-nos… Nem tudo pode e deve ser apresentado com a densidade com que são apresentados os sucessos da campanha da selecção portuguesa no próximo mundial, o Sr. Scolari e a Nossa Senhora daquele sítio que nem cheguei a fixar.
Existem órgãos de comunicação para o efeito (SIC-Notícias, RTPN, TSF – quando está para aí virada…) e existem os especialistas para nos elucidar o que arriscamos e o que pode estar em jogo quando nos estamos a envolver nos problemas de um país situado no outro lado do mundo e o que procuramos colher disso.
Estejamos esclarecidos - quem o quiser estar, obviamente. Para que não nos aconteça como aos norte-americanos, a quem tanto censuramos, que acharam maioritariamente que as suas tropas deviam intervir no Iraque e depois… olha, afinal não! Se calhar, tanto Salazar era pouco amigo de dar explicações, como deviam ser poucos os que as pediam…
Depois de um arrependimento colectivo por tal mobilização e com um espírito muito mais experimentado em mobilizações, na sociedade portuguesa actual é capaz de haver quem se interrogue de que forma se pretenderá que, desta vez em 2006, vamos para Timor.
Da forma que o vetusto professor preconizava já não poderá ser. O depressa esvaiu-se depois de termos percebido que a atitude célere com que se convocaram os partidos, se falou com o presidente, se anunciou o envio da GNR, não passava disso mesmo: uma atitude, que saiu muito bem no telejornal, merece ser realçado.
Quanto à força, diz-nos a intuição de não especialistas que aquela centena e meia não poderá fazer nada de significantemente melhor do que o milhar e meio que os australianos já lá têm. E as notícias que de lá vêm é que a situação continua muito confusa, apesar da presença do contingente australiano.
Uma vantagem em relação ao tempo do professor Salazar é que hoje podemos debater em condições de liberdade o que é que é suposto a GNR ir para lá fazer, qual o âmbito da sua actuação e obter um retrato mais fiel da disputa política que se trava em Timor.
Já se percebeu que há um choque entre o governo e o presidente, que este último é o que tem a boa imprensa em Portugal – Xanana é um gajo porreiro por hipótese, até parece um jogador da selecção nacional - e que os arruaceiros que tem causado as destruições em Dili parecem filhos de pai incógnito: não são de um lado, nem doutro.
Entendamo-nos… Nem tudo pode e deve ser apresentado com a densidade com que são apresentados os sucessos da campanha da selecção portuguesa no próximo mundial, o Sr. Scolari e a Nossa Senhora daquele sítio que nem cheguei a fixar.
Existem órgãos de comunicação para o efeito (SIC-Notícias, RTPN, TSF – quando está para aí virada…) e existem os especialistas para nos elucidar o que arriscamos e o que pode estar em jogo quando nos estamos a envolver nos problemas de um país situado no outro lado do mundo e o que procuramos colher disso.
Estejamos esclarecidos - quem o quiser estar, obviamente. Para que não nos aconteça como aos norte-americanos, a quem tanto censuramos, que acharam maioritariamente que as suas tropas deviam intervir no Iraque e depois… olha, afinal não! Se calhar, tanto Salazar era pouco amigo de dar explicações, como deviam ser poucos os que as pediam…
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