Protocolo é o título de uma comédia norte-americana levezinha de 1984, tão levezinha quanto a reputação da sua protagonista, Goldie Hawn. A história do filme roda à volta de uma simples (empregada de café) que, por acaso e agradecimento, é recompensada com um lugar de destaque na administração em Washington. Tentando limitar os danos e não sendo ela qualificada em coisa nenhuma, acabam por dar-lhe um lugar no protocolo, função e palavra da qual ela nem conhecia o significado. O resto adivinha-se.
Mas, para os profissionais a sério da função o protocolo é um assunto muito sério e que deve ser respeitado. E em regimes republicanos, onde, ao contrário das monarquias, existe rotação dos titulares dos cargos, a sua importância cresce enquanto depositários do know-how protocolar, enquanto os recém-chegados vêm sempre impreparados para as minudências do cargo. Exemplo? Ninguém me explicou – e desconfio que não haverá grande explicação que se possa dar… - porque razão Maria Cavaco Silva e Maria José Ritta trocaram de cadeiras na assistência, simultaneamente com os maridos, quando da posse do marido da primeira…
Mas os piores inimigos dos profissionais do protocolo de todo o Mundo deverão ser os militares e mais aquele seu hábito desagradável de, volta e meia, promoverem uns Golpes de Estado que os torna ocupantes dos palácios presidenciais, para onde levam toda aquela rusticidade que os militares tanto gostam de cultivar. Cerimónias ritualizadas como a apresentação de credenciais por parte dos embaixadores tornam-se em momentos penosos e, por exemplo, tornaram-se terrivelmente famosas as fúrias de impaciência do General Gomes da Costa nos 22 dias que ocupou o cargo entre Junho e Julho de 1926.
Mas é do outro lado do Mundo que nos chega um exemplo recente do que pode ser a demonstração da obtusidade de um dirigente militar às subtilezas protocolares e do formalismo diplomático da sua nova função. Trata-se do caso do Comodoro Bainimarama, que, enquanto comandante das suas forças armadas, assumiu no princípio deste mês o poder nas ilhas Fidji, perante a oposição declarada da potência regional tutelar daquela área do Pacífico, a Austrália. Perante a manutenção dessa mesma atitude da parte australiana, o Comodoro, sem qualquer subtileza protocolar ou diplomática, afirmou que, caso a Austrália persistisse na mesma atitude iria buscar o apoio da China e doutros países asiáticos…
Mas, para os profissionais a sério da função o protocolo é um assunto muito sério e que deve ser respeitado. E em regimes republicanos, onde, ao contrário das monarquias, existe rotação dos titulares dos cargos, a sua importância cresce enquanto depositários do know-how protocolar, enquanto os recém-chegados vêm sempre impreparados para as minudências do cargo. Exemplo? Ninguém me explicou – e desconfio que não haverá grande explicação que se possa dar… - porque razão Maria Cavaco Silva e Maria José Ritta trocaram de cadeiras na assistência, simultaneamente com os maridos, quando da posse do marido da primeira…
Mas os piores inimigos dos profissionais do protocolo de todo o Mundo deverão ser os militares e mais aquele seu hábito desagradável de, volta e meia, promoverem uns Golpes de Estado que os torna ocupantes dos palácios presidenciais, para onde levam toda aquela rusticidade que os militares tanto gostam de cultivar. Cerimónias ritualizadas como a apresentação de credenciais por parte dos embaixadores tornam-se em momentos penosos e, por exemplo, tornaram-se terrivelmente famosas as fúrias de impaciência do General Gomes da Costa nos 22 dias que ocupou o cargo entre Junho e Julho de 1926.
Mas é do outro lado do Mundo que nos chega um exemplo recente do que pode ser a demonstração da obtusidade de um dirigente militar às subtilezas protocolares e do formalismo diplomático da sua nova função. Trata-se do caso do Comodoro Bainimarama, que, enquanto comandante das suas forças armadas, assumiu no princípio deste mês o poder nas ilhas Fidji, perante a oposição declarada da potência regional tutelar daquela área do Pacífico, a Austrália. Perante a manutenção dessa mesma atitude da parte australiana, o Comodoro, sem qualquer subtileza protocolar ou diplomática, afirmou que, caso a Austrália persistisse na mesma atitude iria buscar o apoio da China e doutros países asiáticos…
É óbvio que o Comodoro está a dizer que irá fazer o que é óbvio. Estando os Estados Unidos por detrás da Austrália, os únicos poderes que poderão contrariar as pressões dos australianos sobre as Fidji terão de vir de grandes países da Ásia. E isso só acontecerá se houver interesse nisso por parte desses mesmos países. Ou seja, uma situação muito similar à que é vivida por Timor-Leste. Com comentários tão claros quanto os do Comodoro a respeito da política internacional daquela região, ficam automaticamente identificados os grandes actores em presença. Não se dispensando naturalmente as verdadeiras análises à situação, fica logo dispensada a contribuição da superficialidade de um certo tipo de analistas…