Mais do que uma boa presença televisiva, é sobretudo o empenho e a capacidade de argumentação que Maria José Morgado tem dado mostras que lhe tem granjeado a excelente reputação de que goza junto de um selecto segmento da opinião pública: o que presta atenção ao que ela diz. Que é escasso: Maria José Morgado serve para cativar audiências televisivas… mas as da SIC Notícias ou da RTP N.
Aparentemente faz todo o sentido esta decisão do Procurador-Geral da República de a nomear como coordenadora das várias investigações associadas ao famoso processo Apito Dourado. Não sei é se valerá assim tanto a pena, copiando o que já aconteceu com os nossos vizinhos italianos e espanhóis, entrar num entusiasmo excessivo sobre o que poderá acontecer daqui para diante, com a intervenção da procuradora que faz a justiça que eu gosto!
Este protagonismo poderá ser um exemplo muito importante enquanto sinal para a opinião pública, mas os antecedentes publicitados de Antonio Di Pietro em Itália e de Baltasar Garzón em Espanha parecem demonstrar que, só por si, esses exemplos não chegam para criar uma dinâmica de mudança no aparelho, com o risco, que hoje se observa visivelmente em Garzon, de poder descambar num insuportável vedetismo.
Eu bem sei que aquela pintura de olhos de estilo retro que Maria José Morgado usa é igualzinha à que Cláudia Cardinale usava no filme Once Upon a Time in the West (1968), mas estou convencido que ela conseguirá evitar a armadilha das expectativas de quem quer apreciar esta sua nomeação com uma lógica simplista de Western, onde a justiceira solitária chega à cidade para repor nela, de uma penada, a justiça que lhe faltava...
Aparentemente faz todo o sentido esta decisão do Procurador-Geral da República de a nomear como coordenadora das várias investigações associadas ao famoso processo Apito Dourado. Não sei é se valerá assim tanto a pena, copiando o que já aconteceu com os nossos vizinhos italianos e espanhóis, entrar num entusiasmo excessivo sobre o que poderá acontecer daqui para diante, com a intervenção da procuradora que faz a justiça que eu gosto!
Este protagonismo poderá ser um exemplo muito importante enquanto sinal para a opinião pública, mas os antecedentes publicitados de Antonio Di Pietro em Itália e de Baltasar Garzón em Espanha parecem demonstrar que, só por si, esses exemplos não chegam para criar uma dinâmica de mudança no aparelho, com o risco, que hoje se observa visivelmente em Garzon, de poder descambar num insuportável vedetismo.
Eu bem sei que aquela pintura de olhos de estilo retro que Maria José Morgado usa é igualzinha à que Cláudia Cardinale usava no filme Once Upon a Time in the West (1968), mas estou convencido que ela conseguirá evitar a armadilha das expectativas de quem quer apreciar esta sua nomeação com uma lógica simplista de Western, onde a justiceira solitária chega à cidade para repor nela, de uma penada, a justiça que lhe faltava...
Seja como for, é alguém que conhece bem o assunto e parece ter uma convicção igual à de todos nós, ou seja,aquilo é mesmo uma corja.
ResponderEliminarVamos ver é se os juízes depois não vêm dizer que meninas, vinho verde e viagens ao Brasil são "indícios sugestivos" mas não chegam como prova.
Contra isso, resta-nos propor ao Bento (não o Paulo) a canonização do Pinto...
Já agora, é curioso que tanta gente fale de "corrupção desportiva".
Que será isso? Corrupção descontraída, saltitante, descomplexada, desinibida, sorridente?
Não seria melhor "corrupção no Desporto"?
Porque corrupção há só uma, apenas o cenário varia...
E porque não, caro paciente, apenas "corrupção no futebol"?
ResponderEliminarDeve concordar comigo que é irritante esta elasticidade nos termos, que está a tornar quase equivalente a palavra desporto e a palavra futebol: veja-se a susbstância dos jornais "desportivos", das páginas de "desporto" ou dos programas "desportivos" na rádio e televisão...
Tem toda a razão, desporto em Portugal é sinónimo de futebol, o resto é paisagem.
ResponderEliminarBem se podem esfolar e brilhar as Vanessas Fernandes deste país, o destaque todo vai sempre e só para o futebol.
Já agora, se eu fosse corrupto, dispensava os interrogatórios da Maria José Morgado e metia logo uma providência cautelar exigindo ser ouvido, em directo e em exclusivo, pela Cláudia Cardinale.
Até dispensava o concerto de gaita de beiços do Charles Bronson e a presença inquietante do Henry Fonda...