Reconheça-se que, dos três membros do elenco da QuadraturadoCírculo, programa da SIC Notícias, António Lobo Xavier é o candidato ideal para passar no meio dos pingos da chuva. Não se arroga a superioridade intelectual de José Pacheco Pereira, que cria os anticorpos bastantes para que, quando em falha, lhe caia tudo em cima, nem adopta aquela atitude, digamos, redonda, de quem todos conhece e é amigo, e que aproveita a ocasião para dali os saudar, que é a imagem de marca das intervenções expectáveis e, por isso, digamos, inócuas de Jorge Coelho.
Ora deu-se a coincidência que, de forma encadeada e em dois programas consecutivos tenham vindo à discussão assuntos sobre os quais Lobo Xavier assume posturas de um observador casual e desinteressado do assunto, como acontece com os restantes assuntos, quando isso talvez não corresponda rigorosamente à realidade. No primeiro caso, o do livro de Carolina Salgado e das acusações nele contidas ao presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa, mais do que um fervoroso adepto, António Lobo Xavier é membro do Conselho Consultivo, o prestigiado e restrito órgão dirigente dos corpos sociais do FC Porto SAD.
É evidente que até haverá quem possa ser, entre as figuras públicas, ainda mais faccioso na análise daquela questão, basta lembrarmo-nos da de Miguel Sousa Tavares que, sem ser do Conselho Consultivo, mesmo assim dá conselhos – que Pinto da Costa se devia demitir – embora sejam para não serem seguidos. Contudo é evidente que a coabitação dos dois (presidente e conselheiro) num mesmo órgão de cúpula do FC Porto SAD é objectivamente limitativo daquilo que Lobo Xavier possa opinar sobre o assunto e era algo que lhe competiria evidenciar quando opinasse. Se calhar, esqueceu-se.
Mas este foi, evidentemente, um assunto menor – só mesmo em Portugal os assuntos associados ao futebol atingem as proporções que atingem – quando comparado com o desta semana, referente às apreciações sobre o pedido governamental à opinião de cinco juristas de nomeada sobre a constitucionalidade da lei das Finanças Locais. As opiniões de Lobo Xavier naquele programa sobre a razoabilidade do procedimento governamental contêm o distanciamento equivalente ao de um hipotético taxista instado a dizer o que pensará sobre os transportes públicos individuais: é que Lobo Xavier foi um dos juristas a quem o governo encomendou um desses pareceres…
Serão daqueles casos em que julgo que o mais correcto seria nem fazer quaisquer declarações de interesses. Devia fechar-se a boca e passar-se adiante para preservar a sua própria credibilidade para o futuro, ao mesmo tempo que se evitariam fazer figuras tristes no presente…É que, neste caso, até se chegou a ganhar um certo destaque ao lado de colegas de elenco que, como vimos ao princípio, projectam uma imagem mediática muito mais poderosa do que a sua… Mas se, pelo contrário, a questão tiver sido de busca de notoriedade, então António Lobo Xavier estará de parabéns. Venham outros pareceres!...
Ora deu-se a coincidência que, de forma encadeada e em dois programas consecutivos tenham vindo à discussão assuntos sobre os quais Lobo Xavier assume posturas de um observador casual e desinteressado do assunto, como acontece com os restantes assuntos, quando isso talvez não corresponda rigorosamente à realidade. No primeiro caso, o do livro de Carolina Salgado e das acusações nele contidas ao presidente portista, Jorge Nuno Pinto da Costa, mais do que um fervoroso adepto, António Lobo Xavier é membro do Conselho Consultivo, o prestigiado e restrito órgão dirigente dos corpos sociais do FC Porto SAD.
É evidente que até haverá quem possa ser, entre as figuras públicas, ainda mais faccioso na análise daquela questão, basta lembrarmo-nos da de Miguel Sousa Tavares que, sem ser do Conselho Consultivo, mesmo assim dá conselhos – que Pinto da Costa se devia demitir – embora sejam para não serem seguidos. Contudo é evidente que a coabitação dos dois (presidente e conselheiro) num mesmo órgão de cúpula do FC Porto SAD é objectivamente limitativo daquilo que Lobo Xavier possa opinar sobre o assunto e era algo que lhe competiria evidenciar quando opinasse. Se calhar, esqueceu-se.
Mas este foi, evidentemente, um assunto menor – só mesmo em Portugal os assuntos associados ao futebol atingem as proporções que atingem – quando comparado com o desta semana, referente às apreciações sobre o pedido governamental à opinião de cinco juristas de nomeada sobre a constitucionalidade da lei das Finanças Locais. As opiniões de Lobo Xavier naquele programa sobre a razoabilidade do procedimento governamental contêm o distanciamento equivalente ao de um hipotético taxista instado a dizer o que pensará sobre os transportes públicos individuais: é que Lobo Xavier foi um dos juristas a quem o governo encomendou um desses pareceres…
Serão daqueles casos em que julgo que o mais correcto seria nem fazer quaisquer declarações de interesses. Devia fechar-se a boca e passar-se adiante para preservar a sua própria credibilidade para o futuro, ao mesmo tempo que se evitariam fazer figuras tristes no presente…É que, neste caso, até se chegou a ganhar um certo destaque ao lado de colegas de elenco que, como vimos ao princípio, projectam uma imagem mediática muito mais poderosa do que a sua… Mas se, pelo contrário, a questão tiver sido de busca de notoriedade, então António Lobo Xavier estará de parabéns. Venham outros pareceres!...
Os parceiros da "Quadratura" parecem querer dançar o tango dos barbudos. Três em cada quatro usam barba, havendo a curiosidade de vermos um Coelho que já não tem e um Lobo com recente pêlo hirsuto.
ResponderEliminarE esta, hem?