Uma notícia curta de jornal dá conta do resultado de uma sondagem encomendada pelo The Sunday Telegraph em que uma maioria de 51% dos escoceses e de 59% dos ingleses se mostraram favoráveis a que a Escócia recuperasse a sua independência do Reino Unido. Torna-se curioso como as abordagens a estas potenciais secessões se podem tornar cada vez mais cordatas quando se trata de países da Europa democrática.
Quase nos esquecemos como foi pacífica a divisão que aconteceu na Checoslováquia, empurrada que foi para o esquecimento pela carnificina da Jugoslávia. Mas o episódio, que ficou a ser conhecido por Divórcio de Veludo, o mesmo material que se convencionou atribuir à revolução que, em Praga, derrubou o regime comunista, acabou por fazer uma certa escola.
Agora, como se vê aliás pela sondagem mencionada, torna-se aceitável fazer a pergunta às duas partes envolvidas. E, contrariamente ao que seria tradicional esperar, até se encontram mais opiniões favoráveis à secessão entre os cidadãos do resto do país do que entre os do hipotético novo estado independente. Creio que seria algo que também não seria surpreendente descobrir entre nós, a propósito da questão madeirense.
Mas é evidente que é preciso muito mais do que algumas sondagens favoráveis para que passemos ao desenho de mais umas fronteiras internacionais no mapa europeu. Mas, com esta notícia bem como outras, noutros países (Espanha, Itália, Bélgica), que correm por essa Europa, fica-nos a impressão forte que a tendência dominante actual será para o desenho de potenciais novas fronteiras e não para o esbatimento das que existem.
Sabermos como é essa realidade apenas torna ainda mais evidente o despropósito do destaque que tem sido dado em primeira página de semanários a repetidas sondagens sobre a unidade ibérica, onde o maior destaque vai para a minoria dos portugueses (27%) que a deseja… É simultaneamente tão descabido e tão desajeitado (e tão insistente...) que só suscita a pergunta: qual é a ideia?...
Quase nos esquecemos como foi pacífica a divisão que aconteceu na Checoslováquia, empurrada que foi para o esquecimento pela carnificina da Jugoslávia. Mas o episódio, que ficou a ser conhecido por Divórcio de Veludo, o mesmo material que se convencionou atribuir à revolução que, em Praga, derrubou o regime comunista, acabou por fazer uma certa escola.
Agora, como se vê aliás pela sondagem mencionada, torna-se aceitável fazer a pergunta às duas partes envolvidas. E, contrariamente ao que seria tradicional esperar, até se encontram mais opiniões favoráveis à secessão entre os cidadãos do resto do país do que entre os do hipotético novo estado independente. Creio que seria algo que também não seria surpreendente descobrir entre nós, a propósito da questão madeirense.
Mas é evidente que é preciso muito mais do que algumas sondagens favoráveis para que passemos ao desenho de mais umas fronteiras internacionais no mapa europeu. Mas, com esta notícia bem como outras, noutros países (Espanha, Itália, Bélgica), que correm por essa Europa, fica-nos a impressão forte que a tendência dominante actual será para o desenho de potenciais novas fronteiras e não para o esbatimento das que existem.
Sabermos como é essa realidade apenas torna ainda mais evidente o despropósito do destaque que tem sido dado em primeira página de semanários a repetidas sondagens sobre a unidade ibérica, onde o maior destaque vai para a minoria dos portugueses (27%) que a deseja… É simultaneamente tão descabido e tão desajeitado (e tão insistente...) que só suscita a pergunta: qual é a ideia?...
Yo como extremeño te puedo asegurar que el idioma extremeño no existe. EN EXTREMADURA SE HABLA CASTELLANO/ESPAÑOL pero con nuestro acento caracteristico.
ResponderEliminarA ideia talvez seja apenas criar factos políticos, pretextos para conversas de café, temas para os debates da SIC Notícias e as antenas abertas.
ResponderEliminarTalvez ainda para não se falar só dos muitos mortos que Bush, diariamente, procura varrer para baixo do tapete persa.
Uma (re)unificação ibérica não é impossível, embora cheire a utopia e exija uma convulsão EXTREMA e DURA...
Obrigado, anónimo estremenho.
ResponderEliminarSobre o idioma estremenho que PODIA ter existido - com certeza conheces o castúo - convido-te a ler o poste seguinte.
Me pregunto si de verdad los portugueses siguen creyendo que van a sufrir un día una invasión española.
ResponderEliminarAdelanto que hablar de eso en España sería cosa de risa, algo impensable y ridículo.
Pero veo que algunas bitácoras portuguesas siguen insistiendo en en la identidad portuguesa en función del supuesto enemigo español.
Me gustaría saber su respuesta, viniendo de una persona tan bien informada como Vd.
Gracias anticipadas
César
As minhas desculpas por tardar em responder, César.
ResponderEliminarAssim configurada com o aspecto de uma invasão clássica estou completamente de acordo que uma invasão espanhola portugal é ridícula.
Mas a questão das aquisições de empresas importantes por capitais estrangeiros, como acontece com algumas empresas portuguesas, é coisa séria. Tanto assim é, que Zapatero tem bloqueado a aquisição da Endesa pela E.ON (alemã)... E há imensos outros exemplos em Portugal, Espanha, França, etc.
E estou completamente de acordo consigo que ninguém pode definir uma identidade por oposição a outra: não creio que a identidade portuguesa apareça por reacção à identidade espanhola.
Se alguma coisa aconteceu, depois de os dois países terem aderido à CEE, foi termo-nos apercebido quão artificial pode ser a identidade espanhola... Quando vejo as disputas da Caja Madrid contra a Caixa não vejo ali disputa entre capitais espanhóis: são capitais castelhanos contra capitais catalães...
Veja Portugal hoje e veja a Espanha hoje...Países incopetentes...em administrar os seus recursos. Já conversei com um cidadão Português ...e este me disse como funciona a estrutura administrativa de Portugal, aí sim da para entender porque Portugal está com 93% de seu PIB para pagar salários e despesas do governo em geral. é verdadeiro cabide de empregos estatal. Na verdade, acredito que alguns países teriam que saírem do bloco da União Européia, porque colocam em cheque a estabilidade do bloco e da moeda na zona do EURO. BASTOS. São paulo/BRASIL.
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