Num comentário inserido na caixa respectiva do poste anterior, um anónimo estremenho referindo-se ao mapa que inseri a decorá-lo, assegura-me (em maíusculas) que o idioma que se usa na sua Autonomia é o castelhano. Eu agradeço-lhe o esclarecimento. Embora não seja o autor do mapa, cabe-me a responsabilidade de o ter afixado. Fiquei seguro que o idioma usado na Extremadura é o castelhano embora com um sotaque típico – entre as características identificativas, não se pronunciam os esses no final das sílabas que os têm, salvo erro (características soará caracterí-ticas).
Contudo, dei por mim a lembrar-me de um livro que li e que ainda possuo, intitulado El Miajón de los Castúos, da autoria de um poeta estremenho, Luis Chamizo (1888-1944), editado em 1979 e que está escrito num idioma distinto do castelhano: o castúo. A versão aqui representada, é anterior à minha, presumo que seja contemporânea do franquismo porque, como se pode ler na capa, foi publicada em Buenos Aires, na Argentina...
Eu bem sei que a data de edição (1979) é importante para a explicação da reedição daquele livro em Espanha (julgo que a original será de 1921), numa época em que, instaurada ali a democracia de fresco, depois da morte de Franco (1975), as forças politicas da Extremadura ainda não se haviam decidido se beneficiariam ou não com a acentuação das suas especificidades culturais em relação a Madrid e daí aquela ressurreição oportuna daquele dialecto de origem rural.
Afinal parece não ter sido necessário fazê-lo, porque a Junta da Extremadura e o seu presidente Rodriguez Ibarra (PSOE), único ocupante do cargo desde o início do regime das autonomias há quase 25 anos*, têm tido com o poder central uma relação excelente: a Extremadura é um recebedor líquido dos fundos do governo central e é actualmente, segundo os últimos dados que consultei, a Autonomia da Espanha que mais fundos recebe, por habitante.
Contudo, dei por mim a lembrar-me de um livro que li e que ainda possuo, intitulado El Miajón de los Castúos, da autoria de um poeta estremenho, Luis Chamizo (1888-1944), editado em 1979 e que está escrito num idioma distinto do castelhano: o castúo. A versão aqui representada, é anterior à minha, presumo que seja contemporânea do franquismo porque, como se pode ler na capa, foi publicada em Buenos Aires, na Argentina...
Eu bem sei que a data de edição (1979) é importante para a explicação da reedição daquele livro em Espanha (julgo que a original será de 1921), numa época em que, instaurada ali a democracia de fresco, depois da morte de Franco (1975), as forças politicas da Extremadura ainda não se haviam decidido se beneficiariam ou não com a acentuação das suas especificidades culturais em relação a Madrid e daí aquela ressurreição oportuna daquele dialecto de origem rural.
Afinal parece não ter sido necessário fazê-lo, porque a Junta da Extremadura e o seu presidente Rodriguez Ibarra (PSOE), único ocupante do cargo desde o início do regime das autonomias há quase 25 anos*, têm tido com o poder central uma relação excelente: a Extremadura é um recebedor líquido dos fundos do governo central e é actualmente, segundo os últimos dados que consultei, a Autonomia da Espanha que mais fundos recebe, por habitante.
Sentindo-se a Junta estremenha assim tão confortável dentro desta Espanha, então o castúo, enquanto potencial idioma estremenho, bem pode voltar ao seu estatuto de curiosidade cultural. O contraste estará noutras Autonomias que não se sentem assim tão confortáveis com o regime de distribuição vigente, como parecem ser os casos da Catalunha ou do País Basco.
E aí, meu caro anónimo estremenho, há muito que as línguas oficiais de cada região se tornaram numa arma de arremesso político dentro de Espanha, e os idiomas que vocês possam usar no vosso dia-a-dia são perfeitamente irrelevantes. Ao castúo apenas lhe calhou não se tornar importante...
* Uma chamada de atenção para quem pensa que só Alberto João Jardim se perpetua no poder...
Me siento honrado de que me haya dedicado un post para clarificar mi respuesta.
ResponderEliminarEn la actualidad, segun los ultimos estudios realizados por filologos de la universidad de Extremadura sobre el castuo, se ha llegado a la conclusión de que en realidad ese dialecto del leonés estaba tan solo circunscrito a una pequeña porción del norte de extremadura y en ningún caso al conjunto extremeño.
"entre as características identificativas, não se pronunciam os esses no final das sílabas que os têm, salvo erro (características soará caracterí-ticas"
Esta es una caracteristica aunque se va perdiendo, las generaciones mas jovenes tienden a pronunciarla.
Caracteristicas propias de todos: pronunciar la jota suave o aspirada (h inglesa, alargar las vocales de final de palabra, hablar con un tono de voz un poco mas alto, la tipica s picolabial
COn respecto a la censura en tiempos de Franco de "El miajón de los castuos" no creo que existiera. Mi padre tiene una edición de 1961 impresa en Madrid.
La posesión de tantos años en el cargo del presidente Rodriguez Ibarra (de izquierdas) se debe a que en estas tierras donde una gran mayoria ERA analfabeta se sufrió el caciquismo franquista (extrema derecha), y hasta hace muy poco se seguia relacionando a la derecha democratica con aquella otra derecha dictatorial.
Por fortuna los tiempos cambian, hoy ya Extremadura no es analfabeta y todas las previsiones apuntan a que habrá cambío de gobierno en mayo del 2007
"segundo os últimos dados que consultei, a Autonomia da Espanha que mais fundos recebe, por habitante".
Eso solo ha pasado en los ultimos años, porque aqui hemos estado olvidados de la mano de Dios hasta hace bien poco.
Mientra que Cataluña, Pais Vasco o Madrid eran los maximos receptores de dinero durante la época franquista, aqui en Extremadura la gente se moría de hambre. Por fin, la cosa parece que va cambiando.
Aunque también las estadisticas son engañosas. Extremadura apenas tiene un millón de habitantes (en gran parte mayores de edad(jubilados)), mientras que Cataluña tiene casi 8 millones.
Los extremeños nos sentimos tan confortables dentro de España como los de Elvas o Lisboa dentro de Portugal.
A los de Elvas les han quitado la maternidad y no por eso dejan de sentirse portugueses.
Por cierto, el andaluz y el murciano es CASTELLANO/ESPAÑOL pero con su acento caracteristico al igual que el extremeño.
En asturias el bable (asturiano) apenás es hablado por lo que no hay ningún problema linguistico allí.
En lo que respecta a la unión con Portugal también yo estoy en desacuerdo con esa idea. El 55% de los encuestados estaban en contra.
Cada pais ha recorrido su historia y debe ser dejada así.
España no debe unirse a Portugal como tampoco debe hacerlo con Francia, Italia o Alemania.
Como dice un refrán castellano/español:
Cada uno en su casa y Dios en la de todos.
SALUDOS
Y, caro extremeño, como dice un refran bien português,
ResponderEliminar"quien habla asi no es gago".
Agora a sério, estão de parabéns o Herdeiro e o nosso simpático "hermano" por tão valiosos textos.
É (também) para isto que serve um blogue.
E são contributos como este que motivam quem tão bem está ao leme deste blogue.
Arriba, Teixeira!
Meu caro anónimo estremenho:
ResponderEliminarMuito obrigado pelos esclarecimentos. Fiquei a saber, pela reedição da obra de Chamizo de 1961, que o regime franquista não considerava o castúo como um ameaça para a sua Espanha, una, grande e livre… Suponho que estaremos de acordo que o regime não se mostrava assim tão liberal quanto ao emprego livre do catalão, pois não?
E quanto à origem local e rural do castúo, faço-lhe notar como o basco gozava de um estatuto muito semelhante a esse no Século XIX. Um dos primeiros estudos científicos aprofundados da língua basca só foi feito de 1856 a 1869 por Louis Lucien Bonaparte (1813-1891, um sobrinho de Napoleão!...) que identificou naquela altura seis dialectos que eram bastante distintos entre si. As primeiras tentativas de uniformização das formas de escrever e falar basco datam de 1935 e o modelo actual de 1968…
Depois de, no franquismo o forçarem quase à clandestinidade, a sua ressurreição posterior foi promovida politicamente – ensino primário, obrigatoriedade do seu domínio para os titulares de cargos públicos, etc. Conviesse isso ao poder político autónomo, veria quão mais importante teria sido o ensino de castúo…
Sorprendiu al leel a un estremeñu idil que la muestra palra nu desisti ¡¡¡ Asina mus va queni musotrus mesmus conocemus lu muestru. Ai Estremaura que te tien hechu estus cutaus.
ResponderEliminarComo no se escribir en portugues, lo hago en castellano (que no español) y no lo hago n’Estremeñu para que asi el extremeño anterior pueda entender bien. Decir que en Extremadura no existe un dialecto, un habla, es hacer alarde de ignorancia o algo peor, querer ocultar como antañu la realiá, tal como decir que en Asturias y en Leon no esiste conflicto lingüístico, entonces los 15 mil manifestantes el sábado 18 de noviembre por las calles de Ovieu pidiendo la Oficialidá que puede significar??. Que pasa con la cantidad de páginas en internet escritas en nuestra lengua, dialecto, o jerga, páginas que van desde pueblos de Badajoz a los del norte de Cáceres, asi como las de la parte sur de Salamanca, que aunque te parezca mentira palan igualinu, si también gastan el Estremeñu.
Otra mención seria hablar de A Fala, o el portugues de Cedillo, o Olivenza y en algunos pueblos mas de la Raya.
Lo dicho, nu se cuala sedra la su entención, peru mentil mienti a basi e bien.
Actualmente en Extremadura existe tal desprestigio no sólo por el habla que le es propia, el estremeñu, sino por la propia cultura que es toda un vergüenza que tengan que venir estudiosos de fuera a decirnos qué es lo que hablamos o dejamos de hablar. No es un fenómeno autóctono, ya que estamos hablando de antiquísimas tradiciones que se pierden merced a la dichosa globalización.
ResponderEliminarLo primero que hay que decir que el descuido y el abandono que existe por el profesorado y los filólogos de la UEx es deporable con relación al estudio del extremeño. No pasan de estudiarlo como mera reliquia arqueológica-dialectal, siempre bajo el yugo del vulgarismo castellano. Cuento esto de primera mano porque soy estudiante en la Facultad de Filosofía y Letras.
Segundo aspecto que destaco sobre el extremeño. La mayoría de los estudios que se realizan están más pendientes de aspectos fonéticos o sociolingüísticos que gramaticales. Es cierto que el mundo de la fonética extremeña es sumamente complicado, pero está restando importancia cientos de hechos diferenciales de la morfosintaxis extremeña o del léxico. Y ¿a quién le echamos la culpa? ¿A Ibarra por no atender ni de lejos durante su larga presidencia en Extremadura la problemática lingüística de la región? ¿A la muerte de los regionalismos con la llegada de la dictadura? ¿A la vergüenza secular de los extremeños por hacer uso de su lengua? ¿Al castellano por haberse impuesto a la lengua tradicional? Son miles de cosas las que han hecho que el extremeño vaya muriendo con cada anciano de nuestra región.
Actualmente se está viviendo un resurgir de las lenguas tradicionales, pero en Extremadura parece que les da miedo. Yo llevo trabajando en el extremeño varios años y nada más sé recibir palos de los propios extremeños y aplausos de los de fuera. ¿Cómo explicar eso? El problema radica en la mala conciencia lingüística de los extremeños, a los que se nos ha educado desde la norma castellana y según la cual nos han inculcado que lo que nosotros hablamos está mal hablado, como si hablar en extremeño fuese ir diciendo palabrotas!
Todo el mundo está empeñado en que lo que se habla en Extremadura es un mal castellano, peru deque vos palru decontinu en gastandu la luenga que mos es própia, gañitandu las aspiracionis prehisas, empregandu las parabras que son las corretas en estremeñu i con el usiu la sintasi correspondienti, naidi pue dil ihendu que estu acontina huendu castellanu malpalrau.
Otra cuestión: decís que no se pronuncian las eses que traban sílaba o que las aspiraciones que se hacen vuelven a pronunciarse ese... Quien en Extremadura pronuncia la "s" de final de sílaba o lo hace por pedantería o lo hace porque no es extremeño, porque la fonética extremeña dicta que esa "s" se ha de aspirar por regla general (hay casos de "liaison" donde sí se pronuncia).
Ahora, a pesar de todas estas objeciones a la que se enfrenta el estremeñu, no se debe negar la identidad (entiá) y la existencia (desisténcia) de esta habla.
Podéis ver más sobre el estremeñu en los blogs que llevo, para que por vuestros propios ojos veáis y creáis en esa realidad lingüística diferente que se vive en Estremaura:
http://lasvegasbahas.blogspot.com/,
http://cuyupaneharras.blogspot.com/,
http://www.paniverea.blogspot.com/.
Un saludo desde Cáceres.
Un salú endi Cazris.
É, para mim, um privilégio que esta caixa de comentários do meu blogue esteja a servir de suporte a este debate involuntário, mas riquíssimo, a respeito do castúo. Entre outras contribuições muito interessantes quero, contudo, destacar um aspecto: a que ele está a decorrer em três idiomas (português, castelhano e castúo) e que os intervenientes parecem entender-se razoavelmente bem. Donde me parece possível concluir que, pelo menos para a linguagem escrita, havendo vontade de comunicar, a normalização pela adopção de um idioma único, neste mundo que, com a globalização já tem tanta coisa normalizada, pode ser bem dispensável.
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