Sucede que a corrupção no futebol é uma ínfima parte da corrupção geral do país. E serve sobretudo para a esconder.
Volta e meia dá ao colunista Vasco Pulido Valente Correia Guedes - são dele as frases acima, saídas no Público de hoje - esta tara de tentar argumentar contra a condenação de um erro que se conhece (neste caso, alguns casos de corrupção desportiva) invocando que isso não resolverá todo o enorme erro restante (a corrupção em geral), de que normalmente todos nós suspeitamos, mas que ele nos assegura que, havendo imensa, as presentes medidas não resolverão.
Foi assim que ele argumentou hoje em relação à corrupção e foi rigorosamente assim mesmo que o li a solidarizar-se, faz uns tempos, com a autora dos famosos plágios de artigos de revistas norte-americanas, Clara Pinto Correia (CPC), alegando que há muitos mais em Portugal que plagiam e que CPC apenas teve aquele pequeno azar de ter sido apanhada em flagrante. E o azar adicional de ter tentado forjar uma explicação foleiríssima – acrescentaria eu…
Consequentemente, arrisco-me a extrapolar este brilhante raciocínio para limites que porão em questão a utilidade – seguindo a douta opinião de VPV Guedes… – de muita da actividade de quaisquer forças policiais (PSP ou GNR). De que serve perseguir um ladrão quando há tantos furtos por aí? De que serve procurar um assassino quanto há tantos homicídios por resolver? De que serve construir uma carreira académica prestigiada quando se escrevem tais disparates num jornal?
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