Se bem me lembro, aqui há uns anos apareceu um programa de ficção política chamado A Cadeira do Poder protagonizado, entre outros e salvo erro, por Pedro Santana Lopes e Torres Couto. Julgo até que foi por causa de sequelas daquele mesmo programa que o primeiro se amofinou e chegou a ameaçar – indo queixar-se a Jorge Sampaio! - abandonar a política activa, o que depois, naturalmente, não cumpriu. Foi uma pena!...
Quanto ao segundo, ainda me lembro de me arrepiar ao me aperceber como eram indistinguíveis as eloquências e as exaltações do Torres Couto a fingir das que eu conhecia da mesma pessoa falando a sério. Ganhou ali fama de fiteiro, foi-se uma carreira de figura pública e mesmo mais tarde, quando levou com uma moeda na cabeça em directo numa assembleia do Benfica, ninguém se dispôs a acreditar nas suas dores…
Embora haja quem critique os programas de ficcção política com uma ferocidade de quase os considerar um verdadeiro sacrilégio religioso, considero que, por vezes, esses programas de ficção política da televisão podem vir a revelar-se interessantes. E úteis: pelo menos descobrimos qual era a sinceridade com que Torres Couto se nos dirigia... Mas veja-se o exemplo do programa que foi transmitido ontem pela televisão da Bélgica francófona (RTBF), onde se anunciava, como num directo inesperado, a cisão definitiva do reino belga nas suas duas duas regiões linguísticas, a flamenga e a francófona.
Como se insinua, mais do que se afirma, no artigo publicado no Le Monde de hoje, parece ter-se tratado de uma resposta francófona a certas correntes politicas flamengas mais radicais que usam regularmente a ameaça de cisão da Bélgica como arma de arremesso político. Segundo o que se pode ler nas notícias, a ficção foi montada com todo o requinte, com repórteres anunciando a resignação do rei ou com especialistas fiscais discutindo a futura repartição da dívida pública belga.
Uma associação de ideias com este último pormenor da repartição da dívida pública, fez-me especular como poderia ser um programa da televisão portuguesa com uma notícia ficcionada anunciando também a secessão madeirense... Correria esse programa o risco, como aconteceu na Bélgica, de assustar algumas pessoas por ter sido levado mesmo a sério? Ou, com um panorama político com figuras destacadas como Alberto João Jardim ou Jaime Ramos, nada do que esteja associado à Madeira corre esse risco?
Quanto ao segundo, ainda me lembro de me arrepiar ao me aperceber como eram indistinguíveis as eloquências e as exaltações do Torres Couto a fingir das que eu conhecia da mesma pessoa falando a sério. Ganhou ali fama de fiteiro, foi-se uma carreira de figura pública e mesmo mais tarde, quando levou com uma moeda na cabeça em directo numa assembleia do Benfica, ninguém se dispôs a acreditar nas suas dores…
Embora haja quem critique os programas de ficcção política com uma ferocidade de quase os considerar um verdadeiro sacrilégio religioso, considero que, por vezes, esses programas de ficção política da televisão podem vir a revelar-se interessantes. E úteis: pelo menos descobrimos qual era a sinceridade com que Torres Couto se nos dirigia... Mas veja-se o exemplo do programa que foi transmitido ontem pela televisão da Bélgica francófona (RTBF), onde se anunciava, como num directo inesperado, a cisão definitiva do reino belga nas suas duas duas regiões linguísticas, a flamenga e a francófona.
Como se insinua, mais do que se afirma, no artigo publicado no Le Monde de hoje, parece ter-se tratado de uma resposta francófona a certas correntes politicas flamengas mais radicais que usam regularmente a ameaça de cisão da Bélgica como arma de arremesso político. Segundo o que se pode ler nas notícias, a ficção foi montada com todo o requinte, com repórteres anunciando a resignação do rei ou com especialistas fiscais discutindo a futura repartição da dívida pública belga.
Uma associação de ideias com este último pormenor da repartição da dívida pública, fez-me especular como poderia ser um programa da televisão portuguesa com uma notícia ficcionada anunciando também a secessão madeirense... Correria esse programa o risco, como aconteceu na Bélgica, de assustar algumas pessoas por ter sido levado mesmo a sério? Ou, com um panorama político com figuras destacadas como Alberto João Jardim ou Jaime Ramos, nada do que esteja associado à Madeira corre esse risco?
(Fotografia retirada do Le Monde)
A nota estranha é a brincadeira ter sido inserida no Telejornal da estação oficial, facto surpreendente que lhe conferiu cunho de autenticidade.
ResponderEliminarBrincar assim, é fácil, com o certficado de garantia no bolso.
E não deixa de ser de mau gosto, capaz de incitar a extremismos.
Da Madeira tudo se pode esperar enquanto o Alberto João reinar, porque ele reina duplamente, na ilha e connosco.
O mal é que ninguém lhe dá crédito, mesmo quando (raramente) fala a sério.
O Alberto João acabou por se tornar num Jardim infestado de cães e gatos fedorentos...
Este Couto é (mais)um artista português, o da pasta.
ResponderEliminarMais palavras para quê?
Primeira forma ; paciente dentífrico é que é...
ResponderEliminarNeste caso, meu caro paciente flamengo, a haver mau gosto, ele começou entre a comunidade flamenga, onde a manutenção da Belgica é regularmente - em todas as eleições - questionada por correntes políticas nacionalistas.
ResponderEliminarE talvez por causa disso, predomina a impressão que os valões não devem fazer ondas porque a situação actual lhes é benéfica enquanto aos flamengos lhes é permitido fazer o "estrilho" de quem suporta um frete.
Ora este será uma imagem demasiado simplificada das posições das duas comunidades belgas e é bom que haja uma preocupação das potências a respeito dos equilibrios europeus que o desaparecimento da Belgica romperá.
Os problemas resolvidos em 1830 voltarão todos a aparecer...