Acho que a ideia é brasileira mas não conheço o autor e, apesar de engraçada, soa-me muito mais a consolo do que propriamente à vantagem que quer parecer. Reza assim: a única vantagem de morar sozinho é que você pode ir no banheiro e cagar com a porta aberta…
É mais ou menos esse espírito de consolo que às vezes atribuo ao facto de ter um blogue: quando encontro coisas perfeitamente idiotas posso expô-las e troçar delas aqui na blogosfera. A idiotice de hoje é um título manipulado de uma notícia do Público (p.21):
É mais ou menos esse espírito de consolo que às vezes atribuo ao facto de ter um blogue: quando encontro coisas perfeitamente idiotas posso expô-las e troçar delas aqui na blogosfera. A idiotice de hoje é um título manipulado de uma notícia do Público (p.21):
Incêndio na aterragem de avião russo faz 29 mortos no Irão.
Lendo o corpo da notícia percebia-se que o avião em questão era iraniano. Pelo menos costuma atribuir-se ao aparelho a nacionalidade do proprietário. Eu gosto de pensar que o meu Volkswagen é português e não alemão. Tanto mais que é um Sharan montado em Palmela. E outro dia, quando caiu um Airbus das linhas domésticas da Sibéria nem se ventilou a hipótese de anunciar que o avião acidentado era francês…
O resto da notícia explica o mistério do título: O aparelho era um Tupolev-154 de fabrico russo, igual ao que se despenhou há pouco mais de uma semana na Ucrânia matando todos os passageiros a bordo – 170. Supõe-se, neste último caso, que os tripulantes também não sobreviveram e, em geral, que querem que o leitor conclua que o material aeronáutico russo é mesmo bera.
A jornalista, Mariana Oliveira, conseguiu escrever isto e muito mais, a três colunas, com um mapa do Irão e um diagrama do Tu-154… com Agências, com se lê no fim do artigo. Fica-me a especulação onde será o concurso para aquisição de aeronaves comerciais e qual será a contribuição da jornalista e qual será a das... Agências.
Escrever sobre acidentes de aviação é difícil para quem não está dentro do assunto.
ResponderEliminarRecordo uma notícia de "A Capital". há muitos anos, que dava conta de um acidente, em Kinshasa, com um aparelho soviético, um cargueiro bimotor a hélice, com capacidade para vinte e poucos passageiros, que provocou cerca de 300 mortos, por ter caído, após a descolagem, no mercado da cidade.
Lendo a notícia, todos os mortos eram passageiros!
A verdade é que todos os aviões voam, independentemente da idade.
O Tu-154 foi lançado em 1971 e não creio que tenha versões mais modernas; apenas o ano de fabrico pode ser mais recente, mas não é nenhuma novidade.
Também é verdade que, com o colapso da União Soviética, a manutenção dos aviões "russos" tem graves problemas, devido à falta de peças sobressalentes, ao dinheiro necessário para assegurar as revisões recomendadas pelos fabricantes e, assim sendo, não há milagres!!!
Com as reservas de quem sabe com quem se vai meter nestas coisas de aviação, mas eu tinha a ideia do Tu-154 como um avião dificil de pilotar em determinadas circunstâncias(por causa da traseira em T como a do Boeing 727), mas estruturalmente "à prova de choque".
ResponderEliminarSegundo me lembro, houve um, búlgaro ou húngaro, que aqui há uns anos fez um touch-and-go na Grécia com o trem recolhido (os pilotos iam na conversa e esqueceram-se de o baixar...) para repetir depois a manobra já com as "rodinhas" a ajudar...
Acho que o avião ficou bom para sucata, mas ninguém se aleijou a sério e sempre foram 300 ou 400 metros a patinar...
Curiosamente não me lembro de ler, ou ter ouvido falar, de dificuldades de pilotagem do Tu-154 e o B-727 também aguentava (e deve continuar a aguentar!) aterragens "duras", sem que o trem entrasse pelo chão da cabina, para meu grande espanto!
ResponderEliminarEm compensação, o Il-62 era uma dor de cabeça para os pilotos e técnicos de voo, com problemas que nunca foram resolvidos.
Quanto à resistência estrutural dos aviões "made in URSS" parece que ninguém tem dúvidas: forte e feio, tanto no ramo civil como militar. A "aviónica" é que deixa bastante a desejar, em comparação com os construtores ocidentais...
As agências noticiosas não têm culpa; têm interesses que não podem esquecer (não é um exclusivo dos assuntos aeronáuticos!) mas "esquecem-se" que, neste caso, não há hipótese de alguma companhia de aviação, digna desse nome, investir no mercado ex-soviético, pela simples razão de não existirem aviões comerciais (novos!) para venda...