18 setembro 2006

ENREDOS…

Quem se dispuser a imaginar um enredo forte para uma possível novela política, poderia imaginar um país onde a primeira-ministra, de um governo de esquerda, tivesse que fazer uma declaração pública desmentindo que o seu marido fosse homossexual.

O problema teria aparecido depois de um jornal ter publicado fotografias do senhor a ser abraçado e beijado por outro homem. Contactado o homem do beijo, ele havia confirmado ser gay, embora afirmasse que o beijado, de quem era amigo há 30 anos, não o era.

As fotografias haviam sido extraídas de um vídeo de TV, por ocasião da última vitória eleitoral da primeira-ministra, onde o seu marido fora surpreendido, no meio dos festejos, pelas manifestações de regozijo um pouco impróprias daquele seu amigo.

A primeira-ministra terminou as suas declarações comentando como no seu círculo de amigos próximos se riam da insinuação que corria na imprensa e desmentindo categoricamente: Estou casada há 25 anos e tenho um casamento feliz.

Normalmente, estas coisas costumam acontecer aos pares. É quase um teorema que quando se descobre assim a careca a alguém do governo logo de seguida algo de escandaloso costuma ser revelado a respeito de alguém da oposição.

Para respeitar a regra, pode-se descobrir que o líder da oposição conservadora tem um caso com uma loura tipo bomba, que, não por acaso, é casada com um importante homem de negócios e financiador do partido.

Por precaução, os dois envolvidos desapareceram, assim como os respectivos cônjuges, da vista da comunicação social. A senhora fê-lo com atraso, porque ainda houve tempo para que fosse entrevistada: (…) tive imensos almoços, jantares, pequenos-almoços, aaah…, pequenos-almoços não…, com o casal…

É uma pena que este enredo não seja utilizável por questões de copyright, dadas as flagrantes semelhanças entre a apimentada história que acabou de ser contada e o que está a acontecer na Nova Zelândia, como se pode ler aqui.

É perante acontecimentos como estes que se percebe que há muitas circunstâncias em que o tradicional comentário do estas coisas só acontecem mesmo em Portugal… é, para além de desnecessariamente depreciativo, apenas demonstrativo de ignorância saloia.

1 comentário:

  1. Ou então:

    Olho por olho, dente por dente, escândalo por escândalo...

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